Organizado em parceria com Embaixada do Brasil no Reino Unido, evento busca consolidar uma rede de especialistas em ciência, tecnologia e inovação (Imagem: Abep-UK)
Organizado em conjunto com Embaixada do Brasil no Reino Unido, workshop busca consolidar rede de especialistas em ciência, tecnologia e inovação
Organizado em conjunto com Embaixada do Brasil no Reino Unido, workshop busca consolidar rede de especialistas em ciência, tecnologia e inovação
Organizado em parceria com Embaixada do Brasil no Reino Unido, evento busca consolidar uma rede de especialistas em ciência, tecnologia e inovação (Imagem: Abep-UK)
Heitor Shimizu, de Londres | Agência FAPESP – A embaixada do Brasil em Londres estima que vivam no Reino Unido cerca de 500 brasileiros estudantes de doutorado ou pesquisadores visitantes com apoio de agências brasileiras. É um dos principais destinos dos bolsistas brasileiros, mas pouco se sabe sobre eles, onde estão, o que fazem e o que pretendem: retornar ao Brasil ou continuar no exterior.
Para debater o assunto, a FAPESP realizou com a Embaixada do Brasil em Londres o Workshop Brazilian Diaspora of Science, Technology and Innovation in the UK, no dia 14 de fevereiro, na capital inglesa. O encontro reuniu pesquisadores e estudantes brasileiros e do Reino Unido em apresentações, mesas-redondas e debates.
O evento foi aberto por Fred Arruda, embaixador do Brasil para o Reino Unido e Irlanda do Norte. “Ao assumir a Embaixada do Brasil no ano passado, tive a satisfação de confirmar que são verdadeiramente intensos os laços de cooperação científica e acadêmica entre o Brasil e o Reino Unido. Um dos objetivos a que me propus, desde a primeira hora, foi conhecer tanto quanto possível os acadêmicos e pesquisadores brasileiros residentes no Reino Unido, com foco especial na área de ciência, tecnologia e inovação”, disse.
“Embora a Embaixada já mantenha uma relação forte e constante com a comunidade acadêmica, sabemos que há espaço para avançar em uma articulação mais organizada e mais sistemática da diáspora científica brasileira. Muitos de nossos cientistas, especialistas nas mais diversas áreas do conhecimento, estão dispersos no Reino Unido e, frequentemente, só tomamos conhecimento de sua presença pela publicação de trabalhos ou em visitas a universidades”, disse.
“O evento de hoje representa, portanto, uma tentativa de consolidar uma rede de especialistas brasileiros em ciência, tecnologia e inovação. Queremos saber mais sobre seus interesses, suas necessidades e seu engajamento nas comunidades acadêmicas em que atuam”, disse Arruda.
O mapeamento da diáspora brasileira no Reino Unido será realizado em conjunto com pesquisadores do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Em parceria com a FAPESP e com o Nepp, nossa proposta é garantir que a excelência e o talento da comunidade científica no Reino Unido sejam canalizados da melhor forma possível para o desenvolvimento do Brasil”, disse Arruda.
Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, falou sobre a diáspora científica, mas destacou que, no caso do Brasil, particularmente no Estado de São Paulo, o fluxo de pesquisadores é bidirecional.
“Pesquisadores jovens e experientes deixam o Brasil por melhores oportunidades no exterior, mas, ao mesmo tempo, cientistas estrangeiros e brasileiros que estão em outros países também se dirigem ao Brasil. Há um intercâmbio saudável e somos agora uma comunidade ligada globalmente. O progresso em comunicação provocou um efeito marcante na redução de distâncias e em facilitar a colaboração transnacional”, disse Zago.
“Hoje, comunicação instantânea e em tempo real entre pessoas trabalhando juntas em um mesmo projeto torna irrelevante se elas estão em um mesmo prédio ou separadas por 10 mil quilômetros de distância”, disse.
“Ainda assim, esperamos que a maioria dos pesquisadores e estudantes brasileiros no Reino Unido ou em outros países retorne ao Brasil. Nossas universidades e laboratórios oferecem hoje oportunidades de pesquisa muito melhores do que há 30 anos. A FAPESP tem modalidades de apoio muito interessantes a pesquisadores jovens ou experientes que queiram se juntar aos nossos laboratórios no Estado de São Paulo. Há muitas formas para que pesquisadores de outros países ou pesquisadores brasileiros que trabalham no exterior possam colaborar com colegas em instituições do Estado de São Paulo”, disse Zago.
Em seguida, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, apresentou aos presentes algumas das oportunidades oferecidas pela Fundação a pesquisadores do exterior que queiram realizar colaborações em pesquisa em São Paulo. Bolsas de Pós-Doutorado e o Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes foram destacados, assim como o Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). “São oportunidades abertas a pesquisadores brasileiros e de qualquer outro país”, disse.
Participaram do evento Yevgeny Kuznetsov (pesquisador sênior da Skolkovo Innovation Foundation, Rússia), Elizabeth B. Silva, professora emérita em Sociologia da Open University, Elizabeth Balbachevsky (professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo), Javier Escudero Rodríguez (presidente da Society of Spanish Researchers in the United Kingdom), Luciana Mancini (ministra do Exterior da Embaixada do Brasil em Washington), Stefan Bauer (presidente da Marie Curie Alumni Association, Reino Unido), Ana Maria Carneiro (professora da Unicamp), Lucas França (presidente da Association of Brazilian Researchers and Postgraduate Students in the United Kingdom), Vania Braga (presidente no Brazil Forum do Imperial College London, Reino Unido) e Wen Hwa Lee (diretor da Oxford Martin Programme on Affordable Medicines, University of Oxford, Reino Unido).
Mais informações: www.fapesp.br/eventos/diaspora-uk.
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