Fumio Ito, da Faculdade de Medicina Veterinária da USP (foto: Eduardo Geraque)

Um novo elo para raiva
21 de novembro de 2003

Cientistas da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo identificam o vírus da raiva em raposas do Semi-Árido. "Trata-se de região paupérrima, onde praticamente ninguém é vacinado", diz Fumio Ito, um dos pesquisadores

Um novo elo para raiva

Cientistas da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo identificam o vírus da raiva em raposas do Semi-Árido. "Trata-se de região paupérrima, onde praticamente ninguém é vacinado", diz Fumio Ito, um dos pesquisadores

21 de novembro de 2003

Fumio Ito, da Faculdade de Medicina Veterinária da USP (foto: Eduardo Geraque)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP – O árduo trabalho de campo associado a testes moleculares realizados no laboratório não deixa dúvidas: o mapa da raiva no Brasil está diferente. Pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP) identificaram, na região de Patos, na Paraíba, o vírus da raiva em raposas que vivem no Semi-Árido.

"Os testes moleculares mostraram que existem variantes do vírus nas raposas do Nordeste", disse à Agência FAPESP um dos cientistas, Fumio Ito, que desde 1976 se dedica ao estudo da raiva em animais. O quadro se completa com as tradicionais variantes caninas e de morcegos. "Não são apenas os morcegos hematófogos ou vampiros que podem transmitir a raiva, mas também os insetívoros."

Apesar de a raiva em humanos estar relativamente controlada nos grandes centros urbanos do Brasil, esse novo elo abre um capítulo preocupante na história da doença. "Trata-se de uma região paupérrima, onde praticamente ninguém é vacinado", disse Ito.

Nas pesquisas realizadas no Nordeste, o vírus da raiva foi identificado em vários reservatórios. "Encontramos em morcegos, cães, raposas, boi, eqüinos, ovinos e caprinos", disse o pesquisador da USP, que participou de uma mesa redonda sobre raiva no Congresso Brasileiro de Microbiologia, realizado na semana passada em Florianópolis.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.