Em oito anos de atuação, a empresa já realizou mais de 15 mil voos para a liberação de biodefensivos, em mais de 1 milhão de hectares (foto: Birdview/divulgação)

Dengue
Startup paulista propõe o uso de drones para erradicar o mosquito causador da dengue
02 de fevereiro de 2024
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Solução desenvolvida por empresa com apoio do PIPE-FAPESP permite fazer a liberação controlada de Aedes aegypti machos e estéreis em áreas urbanas com o objetivo de diminuir a população do inseto

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Solução desenvolvida por empresa com apoio do PIPE-FAPESP permite fazer a liberação controlada de Aedes aegypti machos e estéreis em áreas urbanas com o objetivo de diminuir a população do inseto

02 de fevereiro de 2024
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Em oito anos de atuação, a empresa já realizou mais de 15 mil voos para a liberação de biodefensivos, em mais de 1 milhão de hectares (foto: Birdview/divulgação)

 

Guilherme Santos | Agência FAPESP – Uma tecnologia voltada inicialmente à aplicação de biodefensivos para o controle biológico de pragas agrícolas poderá ser usada no ambiente urbano para ajudar a frear a proliferação de mosquitos transmissores de vírus causadores de doenças, como o Aedes aegypti.

Desenvolvida pela empresa Birdview, situada em São Manuel, no interior paulista, em colaboração com a Embrapa Instrumentação, a solução despertou o interesse de empresas produtoras de Aedes aegypti estéreis no Brasil para ajudar na erradicação de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika. O projeto teve apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

“Ao participar da última edição do Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia [PIPE Empreendedor] identificamos algumas empresas produtoras de Aedes aegypti estéreis interessadas em firmar parceria conosco para fazer a soltura do inseto em áreas urbanas”, conta Ricardo Machado, cofundador da startup.

A tecnologia desenvolvida pela empresa no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP consiste em um sistema modular de liberação e embalagem, integrado a drones, que efetua a soltura controlada de insetos adultos em regiões demarcadas, minimizando danos e estresses induzidos.

No campo, a tecnologia permite liberar, sobre as lavouras, insetos para combater pragas agrícolas que são seus inimigos naturais. Já em áreas urbanas, a solução poderá ser empregada para soltar Aedes aegypti machos e estéreis para se acasalar com mosquitos fêmeas – que picam e transmitem vírus causadores de doenças e copulam uma vez na vida. Dessa forma, é possível diminuir a população do inseto, estimam especialistas.

Em oito anos de atuação, a empresa já realizou mais de 15 mil voos para a liberação de biodefensivos, em mais de 1 milhão de hectares. Entre seus clientes estão as usinas São Martinho, São Manuel e a Suzano.

O projeto de liberação de mosquitos ainda é experimental e a empresa tenta fechar parceria com criadores de insetos estéreis, que arcariam com os custos do serviço. Os valores e o tempo necessário para a intervenção surtir efeito estão sendo avaliados.

“A solução também pode ser utilizada para lançar sementes visando a restauração de florestas”, afirma Machado.

PIPE Empreendedor

A empresa Birdview foi uma das participantes da 25ª edição do Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia (PIPE Empreendedor).

Os resultados da validação tecnológica e de negócios obtidos durante as 12 semanas de duração da capacitação tecnológica atingidos por ela e outras 20 empresas participantes foram apresentados em evento realizado em dezembro na FAPESP.

Um dos principais objetivos do PIPE Empreendedor é estimular a aproximação da universidade com o mercado. Para isso, na avaliação de Cátia Favale, coordenadora do programa, é imprescindível que as startups participantes validem o projeto com uma modelagem atraente para o mercado.

“Queremos transformar esforços em negócios em que todos possam ganhar com a maior arrecadação de impostos, geração de trabalho, renda e mais desenvolvimento econômico e social”, disse.

“Hoje, o PIPE Empreendedor é considerado um dos principais programas de capacitação para geração de negócios em São Paulo, pela formação dos seus coordenadores, acompanhamento das mentorias, abordagem e metodologia”, sublinhou Anapatrícia Morales Vilha, assessora da diretoria científica da FAPESP.
 

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