Grupo do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar descreveu uma estratégia para converter o poluente 4-nitrofenol em 4-aminofenol, um dos precursores do analgésico paracetamol (imagem: CDMF/divulgação)

Sistema de baixo custo transforma resíduo industrial cancerígeno em produto de valor comercial
25 de outubro de 2021

Grupo do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar descreveu uma estratégia para converter o poluente 4-nitrofenol em 4-aminofenol, um dos precursores do analgésico paracetamol

Sistema de baixo custo transforma resíduo industrial cancerígeno em produto de valor comercial

Grupo do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar descreveu uma estratégia para converter o poluente 4-nitrofenol em 4-aminofenol, um dos precursores do analgésico paracetamol

25 de outubro de 2021

Grupo do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar descreveu uma estratégia para converter o poluente 4-nitrofenol em 4-aminofenol, um dos precursores do analgésico paracetamol (imagem: CDMF/divulgação)

 

Agência FAPESP* – Entre os resíduos industriais e agrícolas que representam risco à saúde humana está o 4-nitrofenol (4NP), usado na fabricação de medicamentos, fungicidas, inseticidas e corantes. Mesmo em baixas concentrações, o composto pode atuar como disruptor endócrino (interferir no equilíbrio hormonal), promover irritação dérmica e ocular, além de apresentar potencial carcinogênico.

Em artigo publicado na revista Química Nova, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) descreveram uma estratégia para converter o 4NP em 4-aminofenol (4AP), um dos precursores do analgésico paracetamol. Desse modo, seria possível obter um produto menos nocivo e com valor comercial agregado.

O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

No estudo, a conversão foi monitorada por um colorímetro artesanal desenvolvido a partir da reutilização de materiais de baixo custo – alguns deles considerados lixo eletrônico, como carregador de celular.

“Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre a problemática ambiental do 4NP. Também avaliamos possíveis rotas de conversão do 4NP em 4AP. A partir da literatura visitada, tivemos a ideia do colorímetro artesanal, que foi aprimorada para que o material construído fosse ao mesmo tempo um reator e um sensor para a reação estudada”, explica Byanca Stefani Salvati, graduanda em química na UFSCar, bolsista de iniciação científica da FAPESP e primeira autora do artigo.

Quanto à conversão do 4NP, o doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ-UFSCar) Sirlon Blaskievicz conta que os resultados indicam a formação do 4AP, o que é muito positivo do ponto de vista ambiental e econômico.

“Outro ponto importante é que o reator/sensor se mostrou uma alternativa eficiente e de baixo custo, que pode ser usada em aulas práticas e também em laboratórios de pesquisa com recursos limitados”, acrescenta Blaskievicz.

Também assinam o artigo Lucia H. Mascaro, docente do Departamento de Química da UFSCar, e Patricia G. Corradini, pós-doutoranda no PPGQ-UFSCar.

Apesar dos resultados iniciais promissores, os autores consideram que ainda são necessários outros estudos para a confirmação dos produtos formados e a investigação dos mecanismos envolvidos na reação.

O artigo Sistema de Baixo Custo para Execução e Monitoramento On-line de Reações Fotocatalíticas: Aplicação em Redução de Nitrol-Fenol pode ser lido em: http://static.sites.sbq.org.br/quimicanova.sbq.org.br/pdf/NT2021-0097.pdf.

* Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.