O molusco Biomphalaria, responsável pela transmissão da esquistossomose

Riscos rurais
12 de novembro de 2004

Pesquisa alerta para a possibilidade de que resorts instalados em áreas rurais próximas a Belo Horizonte estejam contribuindo para a transmissão da esquistossomose

Riscos rurais

Pesquisa alerta para a possibilidade de que resorts instalados em áreas rurais próximas a Belo Horizonte estejam contribuindo para a transmissão da esquistossomose

12 de novembro de 2004

O molusco Biomphalaria, responsável pela transmissão da esquistossomose

 

Agência FAPESP - Resorts que hospedam adeptos do turismo rural em uma raio de até 100 quilômetros de Belo Horizonte podem se transformar em agentes de transmissão da esquistossomose. O alerta é de um estudo publicado no volume 99 da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

Os pesquisadores do Centro de Pesquisas René Rachou, da Fundação Oswaldo Cruz em Belo Horizonte, visitaram seis estabelecimentos em 2003, nos quais coletaram caramujos de piscinas naturais e poças de água. Em seis resorts foram encontrados um total de 753 moluscos do gênero Biomphalaria, invertebrado responsável pela transmissão do Schistosoma mansoni, o causador da esquistossomose.

Em um dos locais, foi detectado o S. mansoni em seis dos 88 moluscos examinados. Segundo os cientistas, o fato de os microrganismos não estarem presentes na maior parte das amostras não significa que a doença esteja longe da região, dos moradores locais – alguns casos já foram identificados dentro desse grupo – ou dos próprios hóspedes.

"A transmissão da esquistossomose para os outros locais não deve ser excluída. A simples presença de caramujos suscetíveis em uma área endêmica com grande concentração de pessoas, que estão em contato entre si e com a água, por causa das piscinas naturais, é uma enorme razão para tornar a transmissão plausível", dizem os pesquisadores.

Como forma de coibir um eventual aumento dos números de casos da doença pela expansão do turismo rural em Minas Gerais, os cientistas oferecem uma receita, que talvez seja a mesma há várias décadas: conscientização da população, atuação do poder público e preocupação de todos os envolvidos com a questão essencial da higiene.

Para ler o artigo disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.


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