Pesquisadores da Unesp pretendem reverter a degradação ambiental com o plantio de 16 mil mudas de 80 espécies nativas (foto: divulgação)
Pesquisadores da Unesp pretendem reverter a degradação ambiental com o plantio de 16 mil mudas de 80 espécies nativas. Embora seja uma área de proteção ambiental, de 1961 a 2003 a região perdeu 86% de sua vegetação original
Pesquisadores da Unesp pretendem reverter a degradação ambiental com o plantio de 16 mil mudas de 80 espécies nativas. Embora seja uma área de proteção ambiental, de 1961 a 2003 a região perdeu 86% de sua vegetação original
Pesquisadores da Unesp pretendem reverter a degradação ambiental com o plantio de 16 mil mudas de 80 espécies nativas (foto: divulgação)
Agência FAPESP - Em 1961, a Ilha Solteira, localizada no rio Paraná, contava com uma área de 28 hectares, com 64% de cobertura arbórea original. Em 2003, a região se resumia a apenas 17 hectares, por causa de erosão, e sua vegetação havia sofrido uma redução de 86%.
Na tentativa de reverter o quadro de degradação ambiental, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) iniciaram a implantação de um projeto para recuperar a cobertura vegetal da região. "A construção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, que faz parte do Complexo Urubupungá, foi a principal causadora da diminuição da área", disse Carlos Flechtmann, engenheiro agrônomo e um dos responsáveis técnicos pelo projeto, à Agência FAPESP. "O aumento da vazão de água faz com que a terra seja literalmente lavada", diz o pesquisador do projeto, que é coordenado pelo professor Hélio Ricardo Silva.
Embora seja uma área de proteção ambiental, Flechtmann explica que, ao longo dos anos, a população de pescadores desmatou a ilha para a construção de acampamentos. "Ao remover a cobertura vegetal, onde as raízes das árvores seguram a terra, a água acaba levando a areia embora", explica.
A Ilha Solteira – que deu nome à cidade paulista que fica na margem do rio Paraná – abriga animais silvestres e serve como ponto de instalação de ninhos das aves migratórias. Com o intuito de verificar o grau de degradação, inicialmente será feito um levantamento da flora local para que os dados sejam cruzados com estudos sobre a biodiversidade de insetos, mamíferos, répteis e aves.
Em seguida, uma equipe ficará responsável pelo plantio de vários tipos de mudas para reflorestar as áreas degradadas. "Serão plantadas figueiras, sangras d’água, ingás, ipês e outras espécies características da mata ciliar que recobriu, no passado, as ilhas e margens do rio Paraná", conta Flechtmann. Segundo ele, o projeto prevê o reflorestamento de 8 hectares de terra, onde serão plantadas 16 mil mudas de 80 espécies nativas.
"O ideal é esperar até o fechamento das copas das árvores plantadas. Assim, a chuva chegará com menos intensidade ao solo e as raízes irão evitar a erosão. A meta é que dentro de 12 meses já tenhamos todas as mudas plantadas", disse o pesquisador.
O docente da Unesp explica ainda que será instalado no local um laboratório de geoprocessamento para monitorar o processo de cobertura vegetal. "Lá serão oferecidas todas as condições para que os pesquisadores possam receber os mapas e interpretar o grau de erosão e as áreas recuperadas", garante. A iniciativa é financiada pelo Ministério da Justiça, pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e pela Prefeitura Municipal de ilha Solteira.
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