Pesquisadores que participaram do sequenciamento da bactéria Xylella fastidiosa e do Projeto Genoma Câncer relatam o impacto dessas iniciativas em suas trajetórias acadêmicas (imagem: reprodução)

Projeto Genoma FAPESP formou especialistas em diversas áreas do conhecimento
03 de novembro de 2022

Pesquisadores que participaram do sequenciamento da bactéria Xylella fastidiosa e do Projeto Genoma Câncer relatam o impacto dessas iniciativas em suas trajetórias acadêmicas

Projeto Genoma FAPESP formou especialistas em diversas áreas do conhecimento

Pesquisadores que participaram do sequenciamento da bactéria Xylella fastidiosa e do Projeto Genoma Câncer relatam o impacto dessas iniciativas em suas trajetórias acadêmicas

03 de novembro de 2022

Pesquisadores que participaram do sequenciamento da bactéria Xylella fastidiosa e do Projeto Genoma Câncer relatam o impacto dessas iniciativas em suas trajetórias acadêmicas (imagem: reprodução)

 

Agência FAPESPElizabeth Leme Martins era pesquisadora do Instituto Butantan quando, em 1997, seu laboratório foi convidado a integrar a Rede Onsa (Organization for Nucleotide Sequencing and Analysis) e a participar da iniciativa que inaugurou o Projeto Genoma FAPESP: o sequenciamento genômico da bactéria Xylella fastidiosa, causadora de uma doença que acomete laranjeiras e outras plantas.

Inicialmente, lembra, houve alguma relutância da equipe: por que um instituto de saúde humana participaria do sequenciamento de um fitopatógeno? “Mas era muito claro que o que se vislumbrava era apreender esse conhecimento em genômica e em análise desse tipo de dado. Isso nitidamente se tornava muito poderoso”, afirma em entrevista disponível no site Genome Workshop 20+2.

Além da X. fastidiosa, os pesquisadores do Instituto Butantan participaram do sequenciamento do genoma da Leptospira interrogans (bactéria causadora da leptospirose), do transcriptoma do Schistosoma mansoni (agente da esquistossomose), além do Projeto Genoma Câncer. “Esses projetos trouxeram para nossas carreiras uma amplitude de conhecimentos, como análise de grande volume de dados, uso de softwares para comparação e análise de proteínas e para análise da anatomia e da fisiologia de microrganismo. Isso poderia nos ajudar no desenvolvimento de vacinas, por meio da busca de antígenos mais apropriados para promover uma imunidade protetora”, disse Martins.

“Eu estava no lugar certo, na hora certa”, conta Anamaria Camargo, gerente de Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. Em 1997 ela era pós-doutoranda no Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, sob a supervisão de Andrew Simpson, um dos coordenadores do sequenciamento da Xylella e, posteriormente, do Genoma Câncer.

“Os dois projetos foram determinantes para a minha formação na área de genômica”, conta Camargo em depoimento https://60anos.fapesp.br/genomeworkshop/videos disponível no site. “Aprendemos a fazer pesquisa de ponta de forma colaborativa.”

Os 22 anos do final do sequenciamento do genoma da X.fastidiosa, a primeira iniciativa do Projeto Genoma FAPESP, serão celebrados com um workshop a ser realizado nos dias 21 e 22 deste mês, em São Paulo, que integra as atividades comemorativas do 60º aniversário da FAPESP. Além de relembrar as realizações do passado, o evento debaterá cenários atuais e oportunidades futuras nas áreas de genômica de patógenos, do câncer e agroambiental.

Estarão reunidos especialistas cujas carreiras foram fortemente marcadas pela participação no Projeto Genoma FAPESP. Mariana Cabral de Oliveira, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), atualmente usa ferramentas genômicas para pesquisar a diversidade marinha. “Foi um curso intensivo sobre como fazer ciência de ponta”, afirma em entrevista disponível no site.

De acordo com João Paulo Kitajima, cofundador e diretor da Mendelics Análise Genômica, na época pós-doutorando no Laboratório de Bioinformática da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o projeto lhe “abriu as portas para o empreendedorismo”. Em seu depoimento o pesquisador acrescenta: “Foi uma das melhores fases de minha vida”.

Dirce Maria Carraro, do A.C. Camargo Cancer Center, participou de vários projetos de sequenciamento de genomas durante o seu pós-doutorado. “Foi uma fase extraordinária de trabalho, aprendizado, interação e apoio entre os grupos de pesquisa”, conta em depoimento à Agência FAPESP. A experiência possibilitou que Carraro viesse a integrar a equipe do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer e, posteriormente, se tornasse líder em projeto de pesquisa sobre o câncer no A.C. Camargo Cancer Center.

A programação completa do Genome Workshop 20+2 pode ser conferida em: 60anos.fapesp.br/genomeworkshop/.
 

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