Pesquisa da USP na área de computação aplicada à educação mostra potencial do uso da tecnologia na alfabetização de autistas (imagem: divulgação/USP)

Projeto apoiado pela FAPESP auxilia aprendizagem de crianças com autismo pela gamificação
14 de agosto de 2020

Pesquisa da USP na área de computação aplicada à educação mostra potencial do uso da tecnologia na alfabetização de autistas

Projeto apoiado pela FAPESP auxilia aprendizagem de crianças com autismo pela gamificação

Pesquisa da USP na área de computação aplicada à educação mostra potencial do uso da tecnologia na alfabetização de autistas

14 de agosto de 2020

Pesquisa da USP na área de computação aplicada à educação mostra potencial do uso da tecnologia na alfabetização de autistas (imagem: divulgação/USP)

 

Agência FAPESP * – Para facilitar e apoiar a aprendizagem de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista, a aluna de mestrado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) Laíza Ribeiro Silva, elaborou uma abordagem associando conceitos de computação e de psicologia.

A iniciativa de Silva faz parte de sua pesquisa com apoio da FAPESP, que tem como objetivo desenvolver uma abordagem baseada na tecnologia Discrete Trial Training (DTT) e conceitos de gamificação. O DTT é uma estratégia de intervenção baseada na Análise do Comportamento Aplicada para pessoas com diagnóstico de autismo. Já a gamificação pode ser compreendida como uma maneira de aprimorar a realização de uma tarefa utilizando elementos de jogos.

A expectativa é que integração sistemática desses três elementos permita desenvolver um protótipo que tenha impacto positivo na motivação e na melhora da alfabetização.

“Aplicações gamificadas podem possibilitar que o aprender esteja ligado ao brincar, tornando as atividades envolventes, principalmente para as crianças”, explica a aluna da USP, em entrevista para a Assessoria de Comunicação do ICMC.

Para planejar, desenvolver e testar a abordagem que criou, Silva contou com o apoio de duas psicólogas que atuam na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Carlos e de profissionais do Centro de Desenvolvimento Progresso Infantil, instituição localizada em Lisboa, Portugal.

Para colocar em prática a abordagem criada pela pesquisadora, foram desenvolvidos quatro protótipos que as crianças puderam experimentar durante várias sessões usando um tablet. O resultado foi apresentado a quatro crianças, de 7 a 12 anos, duas meninas e dois meninos, todos com diagnóstico de autismo moderado.

Nas primeiras sessões, elas usaram protótipos de treino, desenvolvidos para que conhecessem como funcionava a dinâmica da atividade e, portanto, não tinham como objetivo ensinar conteúdos relacionados à alfabetização.

Depois do treino, as crianças passavam a usar protótipos que tinham como meta ensinar conteúdos de alfabetização. A mestranda disponibilizou um vídeo que mostra em detalhes como funciona o protótipo.

Para testar se havia diferença no engajamento e na aprendizagem das crianças quando a gamificação entrava em cena, Laíza Silva criou protótipos sem usar elementos de jogos e outros que possuíam desafios como nível e missão, em que as crianças podiam escolher um personagem para se identificar. Assim, durante as sessões de treino de aprendizagem, as crianças experimentavam dois protótipos similares, diferentes apenas quanto à presença ou ausência dos elementos de jogos.

Após várias sessões de treino e de mensuração dos resultados alcançados, foram encontrados indícios de melhoria no engajamento e na aprendizagem quando as crianças usavam o protótipo com elementos de jogos.

“Os elementos de jogos, quando combinados com a estratégia do Ensino por Tentativas Discretas, podem contribuir para que crianças autistas se envolvam nas atividades educacionais propostas ou se concentrem mais em realizá-las, produzindo, por consequência, benefícios de aprendizagem”, destaca a pesquisadora, que acrescenta ser preciso fazer mais estudos aplicados com mais crianças, por um maior número de meses e em mais instituições.

*Com informações da Assessoria de Comunicação do ICMC-USP
 

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