Plano de negócios para a conservação
08 de setembro de 2004

Frustração com a contínua perda de espécies animais terrestres nas últimas décadas motivou o surgimento de uma proposta teórica para conseguir a almejada preservação da biodiversidade. O novo enfoque está discutido em um artigo da revista Ecology Letters

Plano de negócios para a conservação

Frustração com a contínua perda de espécies animais terrestres nas últimas décadas motivou o surgimento de uma proposta teórica para conseguir a almejada preservação da biodiversidade. O novo enfoque está discutido em um artigo da revista Ecology Letters

08 de setembro de 2004

 

Agência FAPESP - Estimativas internacionais indicam que 40% dos vertebrados mais ameaçados de extinção, entre mamíferos, aves, anfíbios e répteis, não estão associados a uma única aérea de proteção ambiental. Como eles estão espalhados pelos cinco continentes, essa é uma primeira dificuldade que qualquer plano de preservação de um desses animais precisa enfrentar.

O problema piora ao se descobrir que muitas dessas áreas não estão localizadas em unidades de conservação mantidas pelo poder público. Se os animais estão em lugares privados, como garantir que os donos das terras vão manter o ambiente íntegro para que os animais possam sobreviver?

Para os conservacionistas Eli Meir, Sandy Andelman e Hugh Possingham, autores de um artigo na edição de agosto da revista Ecology Letters, a solução é teórica. Segundo eles, em vez de planos científicos a longo prazo, que observam o mundo de uma forma estática, o ideal seria que se fizesse algo mais dinâmico, como um plano de negócios convencional.

“As agências de conservação gastam dezenas de milhares de dólares em planos sistemáticos, mas isso não está sendo traduzindo na preservação de espécies”, afirmam os autores, que se dizem frustrados com os resultados das ações das quais eles participaram até hoje. Os três são ligados ao Centro de Análises Ecológicas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Entre as soluções possíveis apontadas pelos pesquisadores está a compra de terras pelas instituições de conservação – prática que, pelo menos no Brasil, não é totalmente inédita. Dentro dessa proposição mais ativa do que passiva, proposta por esse novo enfoque, não está descartada, dizem os conservacionistas, a importância da continuidade de se adquirir o conhecimento científico das espécies em perigo. “Deve-se ter uma abordagem oportunista, mas firmada em conceitos científicos”, afirmam os autores do estudo.


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