Projeto desenvolvido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa pretende identificar as melhores alternativas para recuperar milhões de hectares de pastagens degradadas e calcular como isso pode ajudar o país a cumprir as metas climáticas (pastagem em zona rural de Agrestina, Pernambuco/Wikimedia Commons)

Pastos saudáveis podem potencializar o sequestro e a estocagem de carbono
24 de agosto de 2022

Projeto desenvolvido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa pretende identificar as melhores alternativas para recuperar milhões de hectares de pastagens degradadas e calcular como isso pode ajudar o país a cumprir as metas climáticas

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Projeto desenvolvido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa pretende identificar as melhores alternativas para recuperar milhões de hectares de pastagens degradadas e calcular como isso pode ajudar o país a cumprir as metas climáticas

24 de agosto de 2022

Projeto desenvolvido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa pretende identificar as melhores alternativas para recuperar milhões de hectares de pastagens degradadas e calcular como isso pode ajudar o país a cumprir as metas climáticas (pastagem em zona rural de Agrestina, Pernambuco/Wikimedia Commons)

 

Agência FAPESP* – Um grupo de cientistas ligado ao Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) busca identificar as melhores alternativas para recuperar os milhões de hectares de pastos no país que apresentam algum grau de degradação. Os pesquisadores também buscam compreender de que forma essa ação pode contribuir para que o Brasil cumpra as metas climáticas assumidas no Acordo de Paris.

O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

“No Acordo de Paris, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas [COP21], em 2015, o país se comprometeu, dentre outras medidas, a recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, o que, inclusive, já aconteceu. Mas esse é um número baixo, se pensarmos que aproximadamente 50% dos pastos permanecem com algum grau de degradação”, diz o engenheiro agrônomo Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, coordenador do projeto e professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).

Para Cerri, pastos bem manejados podem sequestrar e estocar carbono no solo. “Queremos descobrir a quanto isso pode chegar”, explica. Essas informações, diz o pesquisador, podem servir de subsídio para a elaboração de novas políticas públicas que incentivem a recuperação de pastagens, por exemplo. Ou então contribuir para a avaliação de iniciativas já existentes.

No momento, a equipe, composta por dez pesquisadores e 20 estudantes de graduação de várias partes do Brasil, além de consultores dos Estados Unidos e Reino Unido, se dedica ao trabalho de campo. “Até agora visitamos 12 localidades na região Nordeste, como o município de Limoeiro do Norte, no Ceará. Em breve seguiremos para os Estados de Rondônia, Mato Grosso e Tocantins”, conta o professor. Ao todo estão previstas 47 viagens pelo país. “Vamos visitar pastagens em todas as regiões brasileiras e com variados graus de conservação.”

Segundo Cerri, a ideia é conhecer em cada localidade pelo menos uma dupla de pastos, um deles saudável e outro degradado. “A ideia é comparar essas duas situações. A partir de amostras de uma pastagem bem cuidada, podemos saber, por exemplo, qual é o máximo de acúmulo de carbono possível de se obter naquela região com a adoção de boas práticas de manejo.”

Em todos os lugares, os pesquisadores coletam amostras do solo, de gases do efeito estufa e de vegetação. Depois, esse material segue para o laboratório para ser analisado.

Após essa fase, os pesquisadores aplicarão modelagem para avaliar em conjunto os dados coletados por meio da bibliografia disponível e também do estudo de campo. “Vamos testar no computador vários cenários, levando em consideração as características de cada região do Brasil”, adianta o professor.

* Com informações da Assessoria de Comunicação do RCGI.
 

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