Estudo desenvolvido por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria de São Carlos visa otimizar o processo de imunização, de modo a reduzir as internações em UTI e as mortes (doto: Ali Raza/Pixabay)

Modelo matemático calcula intervalo seguro entre as doses da vacina contra COVID-19
16 de abril de 2021

Estudo desenvolvido por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria de São Carlos visa otimizar o processo de imunização, de modo a reduzir as internações em UTI e as mortes

Modelo matemático calcula intervalo seguro entre as doses da vacina contra COVID-19

Estudo desenvolvido por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria de São Carlos visa otimizar o processo de imunização, de modo a reduzir as internações em UTI e as mortes

16 de abril de 2021

Estudo desenvolvido por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria de São Carlos visa otimizar o processo de imunização, de modo a reduzir as internações em UTI e as mortes (doto: Ali Raza/Pixabay)

 

Agência FAPESP* – Em um cenário de acesso limitado às vacinas contra a COVID-19, a matemática pode ajudar a otimizar o processo de aplicação das doses de modo a garantir que mais pessoas sejam imunizadas em um menor espaço de tempo.

Esse foi o objetivo do estudo Optimizing COVID-19 second-dose vaccine delays saves ICU admissions (ainda em processo de publicação), liderado por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos.

O artigo, que utiliza modelos matemáticos com técnicas de otimização, validou a sugestão da fabricante da vacina Covidshield (Oxford/AstraZeneca) de adiar a segunda dose a partir de estimativas das eficácias das doses separadas, como explica o pesquisador Paulo José da Silva e Silva, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O estudo da fabricante demonstrou que a eficácia da vacina com uma dose é de 76% e, com a segunda, chega a 82,4% – quando aplicada em até três meses. Diante desses dados e da análise de outras variáveis, o algoritmo desenvolvido pelos pesquisadores do CeMEAI concluiu que adiar a segunda dose em até 12 semanas é a decisão correta.

“A metodologia que aplicamos funciona para qualquer vacina, desde que o fabricante tenha os dados sobre a eficácia das duas doses [separadamente]. A contribuição do nosso estudo é no sentido de validar a informação do fabricante das vacinas e dar aos governantes e à população a indicação de que as pessoas estarão mais bem protegidas, mesmo diante de um atraso calculado por conta da ainda baixa oferta de imunizantes”, afirma o pesquisador.

O estudo do CeMEAI analisa também a demanda por Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos hospitais. Os dados sugerem que, ao atrasar a segunda dose, como preconizado pelo fabricante, é possível proteger uma parcela maior da população com a primeira dose e evitar a entrada de novos pacientes nos hospitais.

“Nossos resultados mostram que, quando a vacina bloqueia a infecção e a eficácia da primeira dose é pelo menos de cerca de 70%, atrasar a segunda dose economiza 400 admissões na UTI por milhão de pessoas em 200 dias, levando assim a uma forte contribuição em vidas salvas."

Vale ressaltar que a Coronavac (Sinovac/Instituto Butantan), por ter eficácia global em torno de 50% com as duas doses, não se enquadra no caso mencionado pelo pesquisador.

Também assinam o artigo Claudia Sagastizábal (Unicamp), Luis Nonato (USP), Tiago Pereira (USP) e Claudio Struchner (Fundação Getúlio Vargas).

* Com informações da Assessoria de Comunicação do CeMEAI.
 

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