Órgão integra o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia, que reúne cientistas das três universidades estaduais de São Paulo, e desenvolverá pesquisas nas áreas do programa BIOEN-FAPESP (foto: FAPESP)
Órgão integra o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia, que reúne cientistas das três universidades estaduais de São Paulo, e desenvolverá pesquisas nas áreas do programa BIOEN-FAPESP
Órgão integra o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia, que reúne cientistas das três universidades estaduais de São Paulo, e desenvolverá pesquisas nas áreas do programa BIOEN-FAPESP
Órgão integra o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia, que reúne cientistas das três universidades estaduais de São Paulo, e desenvolverá pesquisas nas áreas do programa BIOEN-FAPESP (foto: FAPESP)
Por Karina Toledo
Agência FAPESP – O Instituto de Pesquisa em Bioenergia (IPBEN) foi inaugurado na quinta-feira (04/12), em Rio Claro (SP), com a missão de coordenar e impulsionar as pesquisas em bioenergia realizadas nos diversos campi da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O novo órgão será formado por um laboratório central, instalado em Rio Claro, e outros sete laboratórios associados nas cidades de Jaboticabal, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Botucatu, Assis, Araraquara e São José do Rio Preto.
“Há quase 100 pesquisadores trabalhando na área de bioenergia na Unesp e a ideia é que essas pessoas passem a integrar o instituto. Também estão sendo contratados cerca de 12 novos pesquisadores, além de pessoal administrativo. No laboratório central, serão feitas pesquisas que não são contempladas nas demais unidades”, disse Nelson Ramos Stradiotto, docente do Instituto de Química da Unesp de Araraquara e coordenador executivo do IPBEN, à Agência FAPESP.
Conforme explicou Stradiotto durante a inauguração do novo instituto, o IPBEN integra o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia, idealizado em 2009 pela Diretoria Científica da FAPESP.
“A pedido da FAPESP, representantes da Unesp, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fizeram um levantamento de quantos pesquisadores estavam ligados à área de bioenergia nessas três instituições e poderiam integrar o novo centro. Descobrimos que havia cerca de 400 pessoas”, contou Stradiotto.
Ainda em 2009 foi assinado um convênio entre as três universidades paulistas e o Governo do Estado de São Paulo, que se comprometeu a investir recursos para providenciar a infraestrutura do Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia. Também ficou acertada a criação do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia, oferecido conjuntamente pelas três universidades.
“O governo financiaria a infraestrutura, as universidades investiriam na contratação de recursos humanos e a FAPESP financiaria os projetos de pesquisa. A partir dessa ideia inicial, cada universidade adotou um modelo diferente. A Unesp decidiu criar o IPBEN, para que as pesquisas em bioenergia da instituição ganhassem em produtividade e qualidade”, disse Stradiotto.
O novo instituto desenvolverá pesquisas nas mesmas áreas contempladas pelo programa BIOEN-FAPESP: Biomassa para Bioenergia; Produção de Bicombustíveis; Utilização de Bicombustível em Motores; Biorrefinaria, Alcoolquímica e Oleoquímica, e Sustentabilidade Socioeconômica e Ambiental.
Até o momento, foi inaugurada apenas a sede do laboratório central em Rio Claro. Nos próximos meses devem ser inaugurados laboratórios associados de Jaboticabal, Assis, Guaratinguetá e Araraquara. Já em Botucatu, Ilha Solteira e São José do Rio Preto as sedes ainda estão em fase de licitação.
Ao todo, foram investidos R$ 9,6 milhões na construção dos laboratórios do IPBEN pelo Governo do Estado, sendo R$ 2,7 milhões apenas na sede de Rio Claro, contou Stradiotto.
“O IPBEN é um sonho que começou há cinco anos e agora chega em um estágio de colher os frutos. Os prédios estão sendo concluídos e os pesquisadores, contratados. O Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia já está abrindo inscrições para a segunda turma”, comemorou Stadiotto.
Liderança brasileira
Durante a cerimônia de inauguração, o coordenador do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia e professor da USP, Carlos Alberto Labate, afirmou que as três universidades paulistas estão dando “um exemplo que deve ser seguido” de trabalho em conjunto para construir algo que seja bom para o país.
“A bioenergia é, sem dúvida, um olhar além do horizonte. O Brasil é o país dos renováveis e temos capacidade e condições de ser líderes no setor de bioenergia. Esta iniciativa da Unesp é a visão do futuro”, avaliou.
Em seguida, o presidente da Sociedade de Bioenergia do Brasil e professor da Unicamp, Luís Augusto Barbosa Cortez, disse que a inauguração do IPBEN faz parte de um movimento orquestrado de promover ciência na área de bioenergia, com a participação fundamental da FAPESP.
“A FAPESP criou o BIOEN em 2008, que é a base para o Centro Paulista de Pesquisa em Bioenergia. Este ano tivemos o segundo BBEST [ Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference] em Campos do Jordão, que é uma oportunidade para nossos pesquisadores mostrarem seu trabalho para o mundo na área de bioenergia”, disse Cortez.
Também participaram da cerimônia a pró-reitora de Pesquisa da Unesp, Maria José Soares Mendes Giannini, e o pró-reitor de pós-graduação da Unesp, Eduardo Kokubun. Após a solenidade, teve início o 2° Workshop de Bioenergia da Unesp.
Entre os conferencistas estava a inglesa Lynne Macaskie, professora da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, que apresentou estudos voltados à transformação de lixo orgânico em hidrogênio para uso em energia.
“Não temos a mesma sorte do Brasil, que tem bastante terra disponível para o cultivo de biomassa e bastante sol o ano inteiro. Mas temos uma grande produção de lixo e pretendemos usar principalmente restos de frutas e vegetais para produção de energia limpa”, afirmou
Cortez falou sobre as perspectivas para o etanol no Brasil. Segundo ele, o modelo brasileiro que integra a produção de açúcar e álcool vive um momento de crise, e torna-se necessário buscar alternativas.
“Não acho que temos de deixar de produzir açúcar. Mas não é com açúcar que vamos aumentar significativamente a produção de etanol no Brasil. Temos de reinventar a agricultura para bioenergia, pois nosso modelo é voltado para a produção de alimentos. E adotar novos processos e novos produtos finais”, opinou Cortez.
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