Índice de degradação ambiental
30 de agosto de 2004

Dupla de economistas propõe nova metodologia para medir o estágio de degradação ambiental em um espaço geográfico limitado. Com a solução, foi possível calcular em 30,74% a degradação média em 22 municípios do Acre

Índice de degradação ambiental

Dupla de economistas propõe nova metodologia para medir o estágio de degradação ambiental em um espaço geográfico limitado. Com a solução, foi possível calcular em 30,74% a degradação média em 22 municípios do Acre

30 de agosto de 2004

 

Agência FAPESP - O Estado do Acre, no Norte do país, apresenta um índice de degradação médio de 30,74%. O número exato é fruto de uma metodologia inovadora proposta por uma dupla de economistas que, a partir de indicadores biológicos, econômicos e demográficos, construiu uma metodologia matemática capaz de medir como está a conservação ambiental em um espaço geográfico limitado. No caso, eles analisaram 22 municípios acreanos.

A partir de análises fatoriais e da análise de agrupamentos (clusters), os pesquisadores Rubicleis da Silva, da Universidade Federal do Acre, e Claudiney Ribeiro, da Universidade Federal de São João Del Rei, em Minas Gerais, detectaram que, enquanto alguns municípios estão com uma situação favorável, em outros o impacto sobre o meio ambiente é bastante grande.

Em uma das tabelas geradas pelo estudo Análise de Degradação Ambiental na Amazônia Ocidental: um Estudo de Caso dos Municípios do Acre, publicado no número um do volume 42 da Revista de Economia e Sociologia Rural, ficam claras as diferenças de degradação observadas no campo. Enquanto os munícipios de Cruzeiro do Sul e de Mâncio Lima, na região do Juruá, estão com índice zero, em Brasiléia, no Alto Acre, o mesmo índice é de 65,95%.

Segundo os pesquisadores – que não consideram essa metodologia conclusiva – ao mesmo tempo que o índice revelou um bom estado de conservação ambiental em algumas áreas, ele também mostrou, para essas mesmas regiões, que alguns indicadores isolados se mostraram altos.

Para a construção das equações foram utilizados dados como cobertura vegetal (indicador biológico), produção da lavoura e da criação de animais (indicadores econômicos) e a capacidade que as regiões de lavoura tinham de absorver mão-de-obra (indicador demográfico). A tese nesse último caso é que quanto mais degradada a região, menos trabalhadores rurais vão trabalhar naquele espaço.

Apesar dos índices de degradação relativamente baixos, dizem os autores no texto, isso não significa que a situação do Acre seja cômoda. "Pelo contrário. É muito preocupante, dado que, por ser um Estado relativamente novo e pouco desenvolvido, alguns municípios possuem um índice de degradação que ultrapassou o valor de 60%".

O estudo está disponível na íntegra na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP). Para ler, clique aqui.


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