Membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia por 14 anos, o pesquisador do Instituto Agronômico é um dos pioneiros nos estudos voltados a reduzir a emissão de gases do efeito estufa no campo (imagem: Felipe Maeda/Agência FAPESP)

Bioenergia
Heitor Cantarella despede-se do BIOEN, mas segue trabalhando por uma agricultura mais sustentável
17 de agosto de 2023
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Membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia por 14 anos, o pesquisador do Instituto Agronômico é um dos pioneiros nos estudos voltados a reduzir a emissão de gases do efeito estufa no campo

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Heitor Cantarella despede-se do BIOEN, mas segue trabalhando por uma agricultura mais sustentável

Membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia por 14 anos, o pesquisador do Instituto Agronômico é um dos pioneiros nos estudos voltados a reduzir a emissão de gases do efeito estufa no campo

17 de agosto de 2023
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Membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia por 14 anos, o pesquisador do Instituto Agronômico é um dos pioneiros nos estudos voltados a reduzir a emissão de gases do efeito estufa no campo (imagem: Felipe Maeda/Agência FAPESP)

 

André Julião | Agência FAPESP – Do doutorado nos Estados Unidos às pesquisas conduzidas no Instituto Agronômico (IAC). Das dissertações e teses orientadas às publicações em revistas de alto impacto. O pioneirismo do pesquisador Heitor Cantarella nos estudos voltados a reduzir a emissão de gases do efeito estufa na agricultura foi sintetizado por amigos, colegas e colaboradores em evento que marcou sua despedida das atividades de coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

A homenagem ocorreu no dia 10 de agosto, no Auditório da FAPESP, com transmissão simultânea pelo YouTube.

“O hidrogênio mais viável para o Estado de São Paulo passa pela rota do etanol. Mas, para isso, é preciso ter baixas emissões. Esta é uma agenda de pesquisa crucial, que inicialmente nem estava no foco do BIOEN. A homenagem maior [a Cantarella] é o fato de que esses assuntos estejam na ordem do dia e estarão nos próximos anos. Em nome da direção da FAPESP, quero agradecer sua contribuição”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, na abertura do evento.

Glaucia Souza, membro da coordenação do BIOEN, ressaltou como a trajetória de Cantarella e do programa se confundem. No lançamento em 2008, contou, foram oito projetos contemplados. O que gerou muito interesse de pesquisadores por ampliar o escopo do programa. Como resultado, hoje são 234 projetos, sendo que 48% dos que estão nas modalidades Temático e Auxílio Regular são focados em biomassa e sustentabilidade.

“Heitor trouxe não apenas o conhecimento da agronomia, mas a visão de quão sustentável esse setor poderia ser. Essa visão de sustentabilidade do programa tem o DNA do Heitor”, disse a professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP).

“Estar associado ao BIOEN pressupõe compromisso e muito amor pela área. Somos grandes defensores, acreditamos no potencial da bioenergia e fazemos isso com muito carinho e cuidado. O que contribui para que a FAPESP tenha esse reconhecimento de instituição que apoia o desenvolvimento do Estado de São Paulo e as necessidades do Brasil. Essa agenda demanda cada vez mais conhecimento, para a produção de energia e para uma transição para a sustentabilidade”, acrescentou Souza.

Capacidade de transformar

Para Luiz Augusto Horta Nogueira, pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade Estadual de Campinas (Nipe-Unicamp), o enorme potencial da bioenergia só pode ser usado se tiver pessoas qualificadas trabalhando a seu favor.

“Sempre penso na energia como a capacidade de transformar. A energia da biomassa tem impactos tremendos. Ela permite melhorar a qualidade de vida, permite o desenvolvimento sustentável, mas só é possível se tem pessoas trabalhando em favor disso. Cantarella contribuiu e continua contribuindo nessa direção”, disse.

Ao final, o pesquisador do IAC agradeceu o carinho dos amigos, colegas e colaboradores. “Me sinto muito lisonjeado de receber essa homenagem da FAPESP. É muito especial porque vem de uma instituição modelo de apoio à pesquisa no Brasil. Passei 20 anos servindo em diferentes comitês aqui na FAPESP e sou muito grato por essa oportunidade, pois convivi com a nata da pesquisa e dos pesquisadores do Estado de São Paulo. Foi uma escola para mim, que mudou a minha vida profissional. Sou muito grato”, encerrou.

Deram depoimentos ainda Luis Fernando Cassinelli, membro da coordenação do BIOEN; Plinio Nastari, presidente da Datagro; Jose Antonio Quaggio, pesquisador do IAC, Eiko Kuramae, do Netherlands Institute of Ecology, nos Países Baixos; Victor Vargas, da Yara Brasil S.A.; Luis Felipe Ferreira, da Sabic – Agri-Nutrientes, e os ex-alunos Késia Lourenço e João Carvalho, representando colegas que deram depoimentos em vídeo. A mediação foi feita por Raffaella Rossetto, pesquisadora do IAC e membro da coordenação do BIOEN.

Os coordenadores do programa aproveitaram a ocasião para anunciar a realização da Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference em São Paulo, entre 22 e 24 de outubro de 2024. Promovido pelo BIOEN em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA), o evento terá Cantarella como chairperson.

Para assistir a homenagem na íntegra, acesse: www.youtube.com/watch?v=-3ou1VgdzvQ.
 

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