Objetivo do trabalho conduzido por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais e colaboradores é desenvolver novos sensores que ajudem a evitar acidentes com o gás tóxico (imagem: Ceramics International/reprodução)

Grupo estuda o uso de nanopartículas de óxido de cério na detecção de monóxido de carbono
05 de abril de 2022

Objetivo do trabalho conduzido por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais e colaboradores é desenvolver novos sensores que ajudem a evitar acidentes com o gás tóxico

Grupo estuda o uso de nanopartículas de óxido de cério na detecção de monóxido de carbono

Objetivo do trabalho conduzido por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais e colaboradores é desenvolver novos sensores que ajudem a evitar acidentes com o gás tóxico

05 de abril de 2022

Objetivo do trabalho conduzido por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais e colaboradores é desenvolver novos sensores que ajudem a evitar acidentes com o gás tóxico (imagem: Ceramics International/reprodução)

 

Agência FAPESP* – O monóxido de carbono (CO) é um gás tóxico, incolor e inodoro que, quando inalado, causa sonolência e pode levar à morte. Há situações em que a substância é emitida por sistemas de aquecimento ou pela queima incompleta dos compostos de carbono. Por esse motivo, acidentes com esse gás são comuns em regiões frias, que requerem o uso de aquecedores a gás, por exemplo, como no sul do Brasil e na Argentina.

Esse fato motivou uma parceria entre pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – e de universidades argentinas, financiados pelo Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. O grupo tem como objetivo investigar óxidos que podem ser usados como sensores.

Em um dos estudos, os cientistas testaram o potencial de nanopartículas de óxido de cério (CeO2) – tanto na forma de esferas como na forma de bastonetes – na detecção de monóxido de carbono. Também foi avaliada a nanopartícula de CeO2 associada ao óxido de níquel (NiOx), obtendo assim um material do tipo heterojunção (junção de dois semicondutores) CeO2/NiOx.

O trabalho foi publicado no periódico Ceramics International. O primeiro autor é Rafael Amoresi, pós-doutorando na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Guaratinguetá, integrante do CDMF e bolsista da FAPESP.

Amoresi conta que o CeO2 foi escolhido por atender a parâmetros importantes, como ser o mais sensível possível ao CO. Além disso, mesmo na presença de vários gases na atmosfera, o óxido de cério detecta apenas o gás tóxico.

“Análises estruturais e morfológicas mostraram que a adsorção de CO foi maior na amostra contendo as nanopartículas em forma de bastonetes”, conta o também autor da pesquisa Alexandre Zirpoli Simões, professor da Unesp e integrante do CDMF.

A pesquisa identificou ainda que a obtenção do óxido como uma heterojunção altera a temperatura de operacionalidade do dispositivo sensor, possibilitando a sua aplicação em uma menor temperatura de trabalho.

Mesmo diante desses avanços, Amoresi assegura que a pesquisa seguirá adiante, uma vez que, comparando a forma pura do óxido de cério com a heterojunção, esta última não foi tão eficiente no que diz respeito a detectar a presença do monóxido de carbono. Dessa maneira, o próximo passo é obter a heterojunção com melhor operacionalidade e aumentar sua eficiência para detectar a presença de CO.

O artigo Pure and Ni2O3-decorated CeO2 nanoparticles applied as CO gas sensor: Experimental and theoretical insights pode ser lido em: cdmf.org.br/wp-content/uploads/2022/02/Pure-and-Ni2O3-decorated-CeO2-nanoparticles-applied-as-CO-gas-sensor-Experimental-and-theoretical-insights.pdf.
 

* Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
 

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