Reunião Anual do Global Research Council coloca em foco a participação das mulheres na pesquisa. Estudo do GRC está disponível para consulta na internet (foto: Felipe Maeda / Agência FAPESP)

Gender Working Group avalia equidade de gênero na pesquisa científica
03 de maio de 2019
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Reunião Anual do Global Research Council coloca em foco a participação das mulheres na pesquisa. Estudo do GRC está disponível para consulta na internet

Gender Working Group avalia equidade de gênero na pesquisa científica

Reunião Anual do Global Research Council coloca em foco a participação das mulheres na pesquisa. Estudo do GRC está disponível para consulta na internet

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Reunião Anual do Global Research Council coloca em foco a participação das mulheres na pesquisa. Estudo do GRC está disponível para consulta na internet (foto: Felipe Maeda / Agência FAPESP)

 

José Tadeu Arantes  |  Agência FAPESP – A equidade de gênero em pesquisa científica está na agenda na 8ª Reunião Anual do Global Research Council (GRC), que reúne organizações de apoio à pesquisa dos cinco continentes e se encerra em São Paulo nesta sexta-feira (03/05).

Destacou-se no evento um estudo realizado pelo Gender Working Group (GWG, Grupo de Trabalho sobre Gênero do GRC), com levantamento de 53 casos de promoção da participação das mulheres em pesquisa.

Os exemplos analisados contemplaram ações realizadas em 28 países, cobrindo todos os cinco continentes (Américas, Europa, Ásia, África e Oceania). E foram reunidos em um livreto, já disponível on-line: Supporting Women in Research: Policies, Programs and Initiatives Undertaken by Public Research Funding Agencies.

“Os estudos de caso dão um quadro do estado atual da participação das mulheres em pesquisas científicas. E indicam o que fazer para implementá-la. O objetivo do livreto é nos habilitar a decidir sobre que medidas adotar em nossos respectivos países e possibilitar a definição de uma agenda de gênero para a atuação do GRC nos próximos anos”, disse Phethiwe Matutu, da National Research Foundation South Africa, uma das organizações coordenadoras do GWG, à Agência FAPESP.

Um exemplo levantado no estudo foi a ampla cobertura dada pelos diferentes veículos de comunicação da FAPESP (Agência FAPESP, Revista Pesquisa FAPESP, Programa Ciência Aberta e Pesquisa para Inovação, entre outros) à participação de mulheres em pesquisas, seus desafios e êxitos.

Outro exemplo foram os fundos destinados pela National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, para subsidiar a inclusão e a equidade de gênero na força de trabalho da pesquisa científica, com US$ 315 milhões investidos desde 2001.

Mais um exemplo, este proporcionado pela National Natural Science Foundation of China (NSFC), foi o aumento para 40 anos da idade limite para inscrição no Fundo de Apoio a Jovens Cientistas e no Fundo de Apoio à Excelência Científica.

Desde a mudança, em 2011/2012, o número de inscrições femininas cresceu em quase 51%. Segundo participantes da reunião do GRC, essa foi uma iniciativa muito importante, porque a maternidade pode atrasar ou mesmo interromper irremediavelmente a carreira científica de mulheres.

Dados de gênero

O Gender Working Group foi formado no GRC em 2017. Expandiu-se no ano seguinte, com representantes de todas as cinco regiões, e produziu como principal produto o estudo citado.

O objetivo agora é promover a troca de experiências entre as diversas organizações-membros, elaborar um plano de ação para os próximos dois anos e explorar parcerias com organizações globais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Para isso, uma pesquisa global visando levantar dados de gênero de todas as organizações participantes do GRC já está disponível on-line, intitulada Survey: Gender Disaggregated Data at GRC Participating Organisations.

“Nosso grupo de trabalho reúne membros de organizações de 11 países. O objetivo é incentivar todas as organizações que participam do GRC a promover o aumento da participação feminina e assegurar que haja tantas mulheres quanto homens em posições de liderança na pesquisa científica”, disse Roshni Abedin, da UK Research and Innovation, outra organização coordenadora do Gender Working Group.

“A pesquisa que estamos disponibilizando agora permitirá colher dados de gênero das diferentes organizações participantes do GRC. Existem muitas cientistas talentosas que ainda não conseguiram alcançar as posições que deveriam ocupar porque encontram barreiras de gênero. Então, o objetivo da pesquisa é definir um grande panorama que nos possibilite identificar os problemas e definir o que fazer para superá-los”, disse Abedin à Agência FAPESP.

Mais informações sobre a 8ª Reunião Anual do Global Research Council: www.fapesp.br/eventos/grc

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