'O objetivo é aplicar o conhecimento que acumulamos no melhoramento das fontes renováveis de energia', disse Brito Cruz (foto: Eduardo Cesar)
"Programa terá pesquisa acadêmica de classe internacional", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. "O objetivo é aplicar o conhecimento que acumulamos no melhoramento das fontes renováveis de energia"
"Programa terá pesquisa acadêmica de classe internacional", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP. "O objetivo é aplicar o conhecimento que acumulamos no melhoramento das fontes renováveis de energia"
'O objetivo é aplicar o conhecimento que acumulamos no melhoramento das fontes renováveis de energia', disse Brito Cruz (foto: Eduardo Cesar)
Agência FAPESP – O Workshop sobre Bioenergia, realizado nesta segunda-feira (10/3) na sede da FAPESP, foi a última atividade oficial programada pelo Ano Brasileiro-Britânico da Ciência & Inovação antes de seu encerramento.
O evento, que reuniu pesquisadores britânicos e brasileiros, foi organizado pela Fundação paulista em parceria com a Embaixada Britânica e com o Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC) do Reino Unido.
A sessão de abertura do evento contou com a participação de John Beddington, conselheiro-chefe para assuntos científicos do governo britânico, Martin Raven, cônsul-geral britânico, Steve Visscher, chefe executivo interino do BBSRC, Celso Lafer, presidente da FAPESP, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação.
No workshop, Brito Cruz apresentou as principais linhas do Programa de Pesquisas em Bioenergia da FAPESP (Bioen), que está em preparação. Os primeiros dois módulos do Programa são o de Pesquisa sobre a Produção de Biomassa e o de Pesquisa em Cooperação entre Empresas e Universidades.
O módulos sobre biomassa se baseia no esforço iniciado pela FAPESP em 2000. "O Projeto Genoma da Cana-de-Açúcar foi a base do programa para biomassa. Nosso objetivo é, a partir da base estabelecida, criar conhecimento relacionado a fontes renováveis de energia", disse.
O programa tem seis módulos temáticos: produção da biomassa, incluindo principalmente o melhoramento da cana-de-açúcar para produção de energia; produção de etanol e outros produtos a partir de açúcares e celulose; novos processos em alcoolquímica; células a combustível com base em etanol; economia do etanol; e produção de bioenergia e meio ambiente.
"O programa não se refere apenas ao etanol e sim à bioenergia de modo geral, mas a nossa expertise se concentra atualmente na produção de etanol. O Bioen incluirá pesquisa acadêmica e ações conjugadas entre universidade e empresa", explicou Brito Cruz.
O Bioen articula a pesquisa básica sobre biomassa aos convênios concretizados entre a FAPESP e empresas do setor. Estão em vigor acordos com a Oxiteno na área de materiais lignocelulósicos, com Braskem em alcoolquímica e com a Dedini na área de desenvolvimento de processos.
Segundo Brito Cruz, o novo programa trabalhará com temas como: transformação genética e genômica evolutiva e estrutural de cana-de-açúcar e outros vegetais; desenvolvimento de novos cultivares; prospecção de caracteres de interesse nos aspectos de bioquímica, fisiologia e agricultura; continuidade da análise do transcriptoma, proteoma e metabolismo de plantas.
O programa também tem foco no estudo de marcadores moleculares, no mapeamento físico, genético e molecular de genomas, em redes metabólicas da produção de carboidratos e sucrose, na função e estrutura das paredes celulares, em bioinformática, nos impactos das mudanças climáticas e nas questões de transferência de tecnologia e propriedade intelectual.
Brito Cruz destacou que o Estado de São Paulo é uma potência mundial em relação à produção de etanol. "É responsável por dois terços do total da produção brasileira de etanol. E o Brasil – um dos poucos países do mundo em que uma fração considerável da energia usada é proveniente de fontes renováveis, chegando perto de 50% – produz hoje 42% do etanol no planeta."
No entanto, segundo o diretor científico da FAPESP, o interesse estratégico do Brasil não é dividir com os Estados Unidos um monopólio mundial do etanol. "A disseminação do uso de biocombustíveis depende de haver muitos outros produtores.
Queremos dominar tecnologia tecnologias que possam ser transferidas para que outros países produzam também, fazendo com que o etanol seja mundialmente difundido", disse.
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