Especialistas concluem primeira fase do projeto que permitirá avaliar, com critérios científicos, impactos dos programas de Bolsas, Equipamentos Multiusuários e Biota-FAPESP (foto: FAPESP)
Especialistas concluem primeira fase do projeto que permitirá avaliar, com critérios científicos, impactos dos programas de Bolsas, Equipamentos Multiusuários e Biota-FAPESP
Especialistas concluem primeira fase do projeto que permitirá avaliar, com critérios científicos, impactos dos programas de Bolsas, Equipamentos Multiusuários e Biota-FAPESP
Especialistas concluem primeira fase do projeto que permitirá avaliar, com critérios científicos, impactos dos programas de Bolsas, Equipamentos Multiusuários e Biota-FAPESP (foto: FAPESP)
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Com um painel que reuniu especialistas em metodologias de avaliação de programas de fomento à pesquisa, a FAPESP conclui nesta quinta-feira (24/6) a primeira etapa de um projeto que permitirá, com critérios científicos, medir os impactos de alguns dos principais programas da Fundação.
Iniciado em janeiro, o projeto “Avaliação de Programas da FAPESP – desenvolvimento e aplicação de métodos de avaliação de impactos e de requisitos para avaliações sistemáticas” tem sua conclusão prevista para o fim de 2011. A primeira etapa consistiu na definição de indicadores e métricas para a avaliação do programa de Bolsas da FAPESP, de Equipamentos Multiusuários (EMU) e Biota-FAPESP.
O projeto, financiado pela FAPESP, é realizado pelo Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (Geopi), do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
De acordo com o coordenador do projeto, Sergio Salles-Filho, professor do IG-Unicamp e fundador do Geopi, ao fim do processo a FAPESP terá pela primeira vez à sua disposição critérios científicos para avaliar os impactos de seus programas na sociedade. Segundo ele, o objetivo é que as avaliações possam ser consistentes e rigorosas a ponto de orientar as políticas da FAPESP.
“A Fundação, que coloca muitos recursos em bolsas, equipamentos e no programa Biota, tem uma boa noção do impacto desse investimento na sociedade. Mas até agora não foi feito um estudo com metodologia científica que fornecesse a capacidade de apontar com precisão qual o impacto dessas atividades na sociedade. Essas informações serão valiosas para que a FAPESP possa avaliar sistematicamente seu planejamento”, disse Salles-Filho à Agência FAPESP.
A partir de 2004, a FAPESP analisou e mapeou o parque de equipamentos financiado pela Fundação e, em 2008, concluiu uma avaliação do programa de bolsas, analisando a trajetória profissional de seus ex-bolsistas. Os dois estudos foram divulgados, respectivamente, nas publicações Parque de Equipamentos de Pesquisa e Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP.
“O objetivo agora é um pouco diferente da avaliação de resultados. Na avaliação de impacto, estamos interessados nos efeitos que os resultados das pesquisas tiveram na sociedade sob vários pontos de vista, como ambiental, social e econômico”, disse.
Para avaliar o impacto social do programa de bolsas – de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Doutorado Direto –, o projeto pretende comparar a trajetória de seus beneficiários com a dos estudantes que apresentaram projetos, mas não receberam bolsas. “Com isso, pretendemos observar que efeitos o usufruto da bolsa proporcionou à sociedade”, explicou.
O mesmo será feito para os programas EMU e Biota-FAPESP: o grupo de controle será formado pelos pesquisadores que tiveram propostas denegadas. O desempenho desses pesquisadores, sob diversos critérios, será comparado ao dos colegas que obtiveram recursos do programa.
“O Biota-FAPESP é um programa muito bem organizado, que tem uma coordenação própria e tem avaliações externas sendo feitas. Mas nosso projeto avaliará o impacto dos resultados sobre a sociedade. Sabemos que esse impacto inclui decretos e leis para proteção ambiental, por exemplo, além de produtos da flora e da fauna que se transformaram em cosméticos e fármacos. É isso que vamos avaliar detalhadamente”, disse.
Outros programas
O projeto, segundo Salles-Filho, está dividido em quatro etapas: preparação e planejamento de indicadores; montagem dos questionários; busca e análise dos dados; e divulgação dos resultados.
“A primeira fase será concluída nesta semana. A elaboração dos questionários será uma etapa muito trabalhosa. Quando estiver concluída, os questionários serão disponibilizados na internet. Em seguida, vamos recolher os dados, analisá-los e fazer a divulgação final”, disse.
A primeira etapa consiste na definição de indicadores e métricas, ou seja, o que deverá ser avaliado nos três programas. “Se fizermos isso só dentro da equipe que está tocando o projeto, teremos certamente uma visão limitada. Então, convocamos mais gente que trabalha com o tema para ajudar a definir os assuntos a serem avaliados. Com isso, teremos uma validação dos critérios e daremos mais robustez ao projeto”, explicou.
Um dos principais resultados do painel, segundo Salles-Filho, foi a conclusão de que o questionário precisará ser construído com quatro características principais: as perguntas precisam ser pertinentes, não redundantes, inequívocas e apresentadas em uma interface amigável.
O projeto tem um segundo eixo, que começará a ser discutido a partir do segundo semestre de 2011 e tratará de outros quatro programas que foram objeto de avaliação há dois anos: Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), Pesquisa em Políticas Públicas e Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.
“Nesse eixo, indicadores de impacto desses quatro programas serão inseridos no sistema da FAPESP, de modo que a Fundação passe a ter on-line alguns indicadores de impacto, de modo a possibilitar uma avaliação continuada em tempo real. A partir do segundo semestre os dois eixos do projeto serão desenvolvidos paralelamente”, disse Salles-Filho.
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