Webinário foi realizado em 19 de maio (imagem: reprodução)

Cooperação internacional
FAPESP e França discutem estratégias para ampliar a cooperação científica na área de saúde
23 de maio de 2025

Evento on-line reuniu dirigentes da Fundação, do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (Inserm) e da Embaixada da França no Brasil, além de pesquisadores

Cooperação internacional
FAPESP e França discutem estratégias para ampliar a cooperação científica na área de saúde

Evento on-line reuniu dirigentes da Fundação, do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (Inserm) e da Embaixada da França no Brasil, além de pesquisadores

23 de maio de 2025

Webinário foi realizado em 19 de maio (imagem: reprodução)

 

André Julião | Agência FAPESP – Com colaborações científicas sólidas em diversas áreas ocorrendo nos últimos anos, a FAPESP e instituições francesas querem intensificar ainda mais a parceria. Em webinário realizado nesta segunda-feira (19/05), dirigentes da Fundação, do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (Inserm), da Embaixada da França no Brasil e pesquisadores de São Paulo e França discutiram novas possibilidades de cooperação em pesquisas sobre a saúde humana.

O presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, propôs três estratégias iniciais para fomentar a colaboração entre pesquisadores da França e de São Paulo.

“A FAPESP poderia prover fundos complementares para Projetos Temáticos em andamento na área de saúde humana para aqueles interessados em estabelecer colaboração com um dos grupos do Inserm”, propôs.

Os recursos adicionais da FAPESP cobririam as despesas dos pesquisadores paulistas para a expansão do projeto. Zago sugeriu ainda que FAPESP e Inserm se concentrem na comunicação entre grupos de pesquisa de São Paulo e da França, com o compartilhamento de listas de grupos de pesquisa em saúde humana paulistas e da instituição francesa. A ideia é que os pesquisadores busquem potenciais parceiros e submetam propostas conjuntas.

A oportunidade mais próxima ocorre em julho, quando a FAPESP e a Agence Nationale de la Recherche (ANR) lançam mais uma edição da chamada conjunta que realizam desde 2011. Como de costume, os projetos de pesquisa devem ser submetidos para ambas as agências por um pesquisador do Estado de São Paulo e um da França. Neste modelo, cada agência financia seus respectivos cientistas.

“A ideia é discutir como podemos gerar colaborações entre cientistas de São Paulo e da França. Isso é muito importante porque estamos prestes a lançar essa nova chamada e o Inserm é um dos nossos parceiros. Então seria muito bom poder unir os cientistas paulistas e franceses para propor projetos colaborativos robustos”, afirmou Niels Olsen Saraiva Câmara, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e assessor da Diretoria Científica da FAPESP.

Por último, o presidente da FAPESP sugeriu organizar novos encontros on-line e presenciais, em São Paulo e na França, para reunir pesquisadores das duas comunidades científicas e organizá-los para responder a chamadas conjuntas.

“Isso não apenas para a próxima chamada, mas em níveis mais gerais, pensando no aumento da colaboração”, disse.

Zago lembrou ainda que, entre 10 e 18 de junho, ocorre mais uma edição da FAPESP Week France, com os dias 10 e 11 dedicados principalmente à pesquisa em câncer, em Toulouse.

Segundo o presidente, ao longo dos últimos cinco anos, São Paulo contribuiu com 47% a 58% da colaboração entre Brasil e França. Enquanto o Fator de Impacto (FI) médio de todas as publicações do Estado de São Paulo e da França são, respectivamente, 1.02 e 1.27, o dos artigos publicados em colaboração entre São Paulo e França é 5.21 (o que representa um número significativamente maior de citações).

Parceria

Olivier Steffen, chefe de relações internacionais do Inserm, lembrou que o Brasil é o maior parceiro científico da França na América Latina, com quase 400 publicações em conjunto por ano, com maior concentração no Estado de São Paulo, “refletindo a posição proeminente da FAPESP”.

“Temos uma rica história de parceria institucional com o Brasil. A Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] é uma parceira histórica, e estamos particularmente felizes por ter assinado recentemente um acordo com a FAPESP por meio da nossa agência para doenças infecciosas, o INRS [Institut National de Recherche et de Sécurité]”, lembrou. O dirigente citou ainda que existem atualmente cerca de 600 pesquisadores brasileiros atuando na França.

Sophie Jacquel, conselheira para Ciência e Tecnologia da Embaixada da França no Brasil, lembrou as parcerias que culminaram na criação do Centro Internacional de Pesquisa (IRC) do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e do Institut Pasteur de São Paulo (IPSP) – ambos sediados na USP (leia mais em: agencia.fapesp.br/51245 e agencia.fapesp.br/51244).

“A cooperação com o Estado de São Paulo é chave para nós por conta da excelência, do número de pesquisadores e dos resultados que as instituições francesas têm no Estado de São Paulo. É também importante trabalhar com vocês pela política de estado forte e coordenada para apoiar a ciência em geral e a área de ciências da saúde em particular”, afirmou.

Marcelo Urbano Ferreira, professor do ICB-USP, e Sylvie Garcia, pesquisadora do Institut Pasteur, falaram sobre o projeto que aprovaram juntos na última chamada FAPESP-ANR.

Para os pesquisadores, a expertise combinada em diferentes laboratórios foi importante para a aprovação do projeto. “Nesse tipo de chamada, é preciso ter em mente que as prioridades podem ser diferentes entre as agências de fomento e o que é importante para os dois países”, encerrou Ferreira.

O evento teve ainda a presença de Connie McManus, gerente de Colaborações em Pesquisa da FAPESP, Laura Kliemann, do Departamento de Parcerias e Relações Externas do Inserm, e Ana Paula Yokosawa, gerente adjunta para Colaborações em Pesquisa da FAPESP.

As chamadas anteriores FAPESP-ANR podem ser acessadas em: fapesp.br/6773.
 

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