O evento "Showcasing the collaboration of FAPESP with the University of Birmingham" foi realizado em 19 de abril no auditório da FAPESP (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

Colaboração
Estudo focado na atenção primária busca melhorar diagnóstico e manejo da doença pulmonar obstrutiva crônica
23 de abril de 2024

Projeto conduzido por pesquisadores da USP e da Universidade de Birmingham foi um dos 15 apresentados em evento que celebrou a parceria entre a instituição britânica e a FAPESP. Ocasião também marcou o lançamento do University of Birmingham Brazil Institute, cuja missão é estreitar os laços de pesquisa com o Brasil

Colaboração
Estudo focado na atenção primária busca melhorar diagnóstico e manejo da doença pulmonar obstrutiva crônica

Projeto conduzido por pesquisadores da USP e da Universidade de Birmingham foi um dos 15 apresentados em evento que celebrou a parceria entre a instituição britânica e a FAPESP. Ocasião também marcou o lançamento do University of Birmingham Brazil Institute, cuja missão é estreitar os laços de pesquisa com o Brasil

23 de abril de 2024

O evento "Showcasing the collaboration of FAPESP with the University of Birmingham" foi realizado em 19 de abril no auditório da FAPESP (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

 

Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Estudo conduzido no Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica (CPCE) do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo está investigando o impacto da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) na vida das pessoas e no sistema de saúde. A doença é a quinta principal causa de morte entre todas as idades no Brasil e estima-se que metade das pessoas com DPOC não sabem que têm a condição e, portanto, não recebem tratamento adequado.

O trabalho, uma parceria entre a USP e a Universidade de Birmingham (Reino Unido), é feito junto à comunidade e nos postos de saúde (atenção primária de saúde) e visa melhorar o diagnóstico, manejo e prognóstico da doença. Outro objetivo do projeto intitulado Breath Well (sigla em inglês para “Desenvolvendo pesquisas em todo o mundo sobre doenças pulmonares”) é construir uma plataforma robusta para futuras pesquisas colaborativas. Além do Brasil, o projeto está sendo realizado na China, na República da Macedônia do Norte e na Geórgia.

“O grande destaque desse projeto é o approach revolucionário, que veio dos nossos colegas britânicos, de focar a investigação na atenção primária. A parceria já nos rendeu 15 artigos publicados colaborativamente e um vasto conhecimento. Na segunda fase do projeto realizado no Brasil, vamos colaborar com pesquisadores peruanos e argentinos e desenvolver uma ampla gama de pesquisas em quatro pontos focais: São Bernardo do Campo, uma tradicional cidade da classe trabalhadora; o bairro paulistano do Butantã, com uma grande variabilidade social; Alcântara (MA), onde está a maior comunidade negra no Brasil; e em um distrito com pessoas indígenas e não indígenas em Manaus (AM) ”, afirmou Paulo Lotufo, diretor do CPCE.


Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da USP (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

A parceria em pesquisa sobre doença pulmonar obstrutiva crônica foi um dos 15 projetos apresentados no evento “Showcasing the collaboration of FAPESP with the University of Birmingham”, realizado no auditório da FAPESP na última sexta-feira (19/04). O objetivo foi celebrar a colaboração entre a FAPESP e a universidade britânica nos últimos anos e apresentar o University of Birmingham Brazil Institute (UBBI), cujo objetivo é facilitar a cooperação em pesquisa.

“Temos uma colaboração muito frutífera com a Universidade de Birmingham há mais de uma década e a intenção é que, com o novo instituto, isso se estreite ainda mais, com novas chamadas e novas oportunidades de parcerias”, afirmou Marcio de Castro, diretor científico da Fundação.

Robin Mason, pró-vice-chanceler do UBBI, afirmou à Agência FAPESP que, embora estejam buscando colaboração em todas as áreas de pesquisa, há algumas de interesse maior. “Estamos abertos para colaborações em qualquer área, principalmente meio ambiente, sustentabilidade, engenharia florestal, odontologia – que é uma área muito forte no Brasil –, diversidade e identidade. Estamos buscando combinar as áreas em que somos particularmente bons em Birmingham com as que o Brasil se destaca”, afirmou.

A instituição britânica tem acordos de colaboração com 186 universidades brasileiras, com destaque para a USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), por meio de chamadas conjuntas e de pesquisas colaborativas financiadas pela FAPESP.

Mason conta que, desde 2012, foram realizadas cinco modalidades de financiamento conjunto entre a FAPESP e a Universidade de Birmingham. Além da qualidade da pesquisa, foi observado um aumento em citações e, sobretudo, na captação de recursos extras.

“Observamos que cada real investido pela [parceria] FAPESP-Birmingham se transformou em R$ 11,90 a partir de financiamentos extras conseguidos pelos pesquisadores. Portanto, trata-se de uma parceria que acaba sendo uma impulsionadora de recursos e possibilita melhores pesquisas. Um investimento pequeno com a FAPESP pode crescer bastante”, afirmou. “Outra questão interessante está no aumento das citações. Quando trabalhamos com coautores brasileiros identificamos que o trabalho é, em média, três vezes mais citado”, concluiu.

O vídeo com as apresentações de projetos pode ser conferido em: www.youtube.com/watch?v=cGrHzaubqKg&t=2s.
 

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