Cientistas de São Paulo e da Califórnia debatem oportunidades de cooperação envolvendo energias renováveis e aplicações de dispositivos na área médica (foto: Diego Freire)

Em simpósio nos Estados Unidos, pesquisadores destacam avanços na área de energia
19 de novembro de 2014

Cientistas de São Paulo e da Califórnia debatem oportunidades de cooperação envolvendo energias renováveis e aplicações de dispositivos na área médica

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Cientistas de São Paulo e da Califórnia debatem oportunidades de cooperação envolvendo energias renováveis e aplicações de dispositivos na área médica

19 de novembro de 2014

Cientistas de São Paulo e da Califórnia debatem oportunidades de cooperação envolvendo energias renováveis e aplicações de dispositivos na área médica (foto: Diego Freire)

 

Por Fernando Cunha, de Berkeley (EUA)

Agência FAPESP – Pesquisadores da University of California em Berkeley, nos Estados Unidos, e de instituições de pesquisa do Estado de São Paulo apresentaram na segunda-feira (17/11) avanços recentes em estudos em energia no primeiro painel da FAPESP Week California.

Temas como a identificação de material genético para o melhoramento da cana-de-açúcar utilizada na produção de etanol, desafios para o aumento da competitividade do etanol e dispositivos flexíveis impressos para coleta e armazenamento de energia estiveram na agenda de possíveis colaborações científicas em futuros projetos.

O encontro abriu a programação do simpósio, que prosseguiu na terça-feira (18/11) em Berkeley, com discussões sobre as relações Estado-sociedade envolvendo urbanização, democracia, violência e educação superior e sobre as perspectivas de cooperação internacional. Também foram contempladas as áreas de Ciência dos Materiais, Infraestrutura e Energia.

Promovida pela FAPESP, com apoio do Brazil Institute do Woodrow Wilson Center for Scholars, com sede em Washington, a FAPESP Week California também ocorrerá na cidade de Davis, nos dias 20 e 21 de novembro.

Marie-Anne Van Sluys, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB/USP) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), relatou resultados de pesquisas relacionadas à construção de um banco de informações genéticas sobre a cana-de-açúcar. O objetivo é oferecer dados para a seleção de cultivares com maior eficiência energética.

De acordo com Van Sluys, os dados genéticos acumulados no banco permitiram identificar o gene Sacarose 6 Fosfato Fosfatase, ou s6pp, responsável pela liberação de sacarose no cultivar Saccharum officinarum, um dos dois cultivares que originaram a cana híbrida plantada atualmente.

Os resultados foram publicados no artigo Building the sugarcane genome for biotechnology and identifying evolutionary trends no periódico BMC Genomics, em 30 de junho de 2014.

Esse gene, segundo Van Sluys, poderá ser utilizado como marcador para identificação de outros cultivares com grande capacidade de produzir açúcar ou ainda para dobrar a concentração de sacarose na planta hoje utilizada para produção de etanol, por meio da biotecnologia.

Marcia Azanha Moraes, professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, avaliou o novo contexto internacional para a substituição de combustíveis fósseis pelo etanol, em que muitos países consideram políticas para reduzir emissões de gases de efeito estufa.

Também participou do painel David Zilberman, professor do Departamento de Agricultura e Recursos Econômicos da UC Berkeley.

Ana Claudia Arias, codiretora e pesquisadora do Berkeley Wireless Research Center (BWRC), da UC Berkeley, mostrou resultados de pesquisas em dispositivos eletrônicos impressos, uma área recente com foco no uso de técnicas de impressão no desenvolvimento de materiais eletrônicos e sensores flexíveis, planos e com grandes extensões, capazes de coletar e armazenar energia.

Outra possível aplicação dos sensores que coletam e armazenam energia seria a de prevenir a ulceração da pele em áreas de atrito e pressão nos pés de pessoas com diabetes. Neste caso, os sensores poderiam ter a forma de uma palmilha de sapato. Os pesquisadores estudam a possibilidade de colaboração entre grupos do BWRC e do Centro Multidisciplinar de Pesquisa em Obesidade e Doenças Associadas (CMPO), um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP.

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