Cientistas do Instituto Bio-Manguinhos, do Instituto Butantan e do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas da USP apresentam no Congresso Brasileiro de Microbiologia resultados da busca por vacinas contra pneumonia, meningite e câncer de colo do útero
Cientistas do Instituto Bio-Manguinhos, do Instituto Butantan e do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas da USP apresentam no Congresso Brasileiro de Microbiologia resultados da busca por vacinas contra pneumonia, meningite e câncer de colo do útero
Agência FAPESP - Instituto Bio-Manguinhos, Instituto Butantan e Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP). São centros de pesquisa com caminhos totalmente diferentes, mas que enfrentam problemas e conseguem soluções muitas vezes comuns.
Os três querem desenvolver vacinas que possam contribuir para a melhoria da saúde da população brasileira. Para tanto, horas e mais horas são dispendidas na bancada dos laboratórios, em pesquisas básicas na tentativa de encontrar caminhos que possam superar os obstáculos.
"Temos muitas vacinas, mas que apresentam problemas. Não protegem, por exemplo, os principais grupos de risco", disse Luciana Cerqueira Leite, do Instituto Butantan de São Paulo. A pesquisadora tenta descobrir uma vacina de DNA contra o Streptococcus pneumoniae, causador da pneumonia. A infecção causa, todos os anos, 1 milhão de mortes, apenas de crianças, de acordo com seu relato em conferência ocorrida durante o Congresso Brasileiro de Microbiologia, encerrado na quinta-feira (20/11), em Florianópolis (SC).
O caminho mais promissor obtido até agora, segundo a cientista, é o da vacina conjugada de polissacarídeos com proteínas recombinantes. "Precisamos desenvolver uma alternativa que seja tambémmais barata", disse.
Enquanto os pesquisadores do Instituto Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, também buscam o desenvolvimento de um vacina de DNA para combater a meningite, na USP a estratégia empregada é diferente.
"Estamos testando em camundongos uma vacina contra o tumor provocado pelo HPV-16", disse Marcio de Oliveira Lásaro, do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB da USP, à Agência FAPESP.
Se der bons resultados em humanos – e os cientistas estão otimistas quanto ao futuro do estudo –, a vacina poderá não impedir que a pessoa seja contaminada pelo HPV-16, vírus causador do câncer de colo do útero em mulheres, mas tem grandes chances de debelar o tumor, quando estiver presente. "A nossa intenção é fazer algo no sentido terapêutico e não profilático", disse Lásaro.
Os tumores de cólo do útero podem se desenvolver a partir de vários tipos de HPV. Os pesquisadores escolheram o HPV-16 por ser o mais significativo para a doença no país. Cerca de 80% dos casos desse tipo de câncer registrados por aqui são provocados por esse tipo de vírus. "Queremos criar uma espécie de modelo. Se a estratégia der certo para o 16, ela poderá ser aplicada nos outros tipos de HPV", explica Lásaro. No Brasil, o ICB é o único grupo de pesquisa que desenvolve esse tipo de pesquisa.
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