No médio e longo prazo florestas temperadas poderão colaborar com o aumento da temperatua na Terra
(foto: divulgação)

Efeito reverso
09 de dezembro de 2005

Pesquisa aponta para uma adversidade inesperada no combate ao aquecimento global. Plantar florestas em regiões temperadas pode ajudar a esquentar o clima no médio prazo

Efeito reverso

Pesquisa aponta para uma adversidade inesperada no combate ao aquecimento global. Plantar florestas em regiões temperadas pode ajudar a esquentar o clima no médio prazo

09 de dezembro de 2005

No médio e longo prazo florestas temperadas poderão colaborar com o aumento da temperatua na Terra
(foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - Em tempos em que a palavra aquecimento global anda superutilizada, um estudo apresentado esta semana nos Estados Unidos, no encontro da União Geofísica Norte-Americana, coloca mais complexidade na discussão. Ao contrário do que receitam as cartilhas ambientais para mitigar o aumento das temperaturas no planeta, plantar florestas pode não ser uma boa solução.

Conforme aponta o estudo realizado por pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Livermore e do Instituto Carnegie, no médio prazo grandes florestas plantadas principalmente nas zonas temperadas do mundo vão mais atrapalhar do que ajudar a diminuir as temperaturas. Os modelos climáticos obtidos indicam que tais florestas, por absorverem muita luz solar devido a suas cores escuras, vão esquentar a Terra.

No curto prazo, enquanto as árvores plantadas crescem, continua valendo a tese de que isso é benéfico para, por exemplo, aumentar a quantidade de carbono seqüestrado da atmosfera. O estudo afirma que, no período de alguns séculos, florestas plantadas no intervalo de 30 graus a 50 graus de latitude poderá, em nível regional, aumentar os termômetros em até 4,8 graus Celsius.

A conclusão do estudo, que sinaliza um efeito benéfico do plantio de árvores no espaço de décadas, mas um problema grave quando a escala de tempo aumenta, aponta para um caminho totalmente diferente quando as latitudes estudadas estão mais próximas ao Equador. O diagnóstico tanto a curto como a longo prazo são, nesse caso, idênticos.

Segundo a modelagem, para as florestas tropicais, o benefício será sempre o mesmo. Além de seqüestrar carbono, elas não contribuem para o aumento das temperaturas por causa das altas taxas de evaporação. A preservação dessa regiões, então, é cada vez mais fundamental, defendem os cientistas.


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