Com apoio do PIPE-FAPESP, empresa desenvolve sistema que poderá formar hábitos financeiros mais saudáveis e reduzir o endividamento (foto: Wikimedia)

Educação financeira por mensagem de celular
11 de janeiro de 2018
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Com apoio do PIPE-FAPESP, empresa desenvolve sistema que poderá formar hábitos financeiros mais saudáveis e reduzir o endividamento

Educação financeira por mensagem de celular

Com apoio do PIPE-FAPESP, empresa desenvolve sistema que poderá formar hábitos financeiros mais saudáveis e reduzir o endividamento

11 de janeiro de 2018
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Com apoio do PIPE-FAPESP, empresa desenvolve sistema que poderá formar hábitos financeiros mais saudáveis e reduzir o endividamento (foto: Wikimedia)

 

Suzel Tunes  |  Pesquisa para Inovação – Utilizar tecnologia simples e barata para realizar projetos inovadores de transformação social tem sido a receita de sucesso da startup paulista MGov Brasil. A empresa, criada em 2012, tem desenvolvido ferramentas de gestão para órgãos públicos, institutos e fundações utilizando mensagens de texto de celular (SMS) como forma de coleta e envio de dados. Com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, a MGov Brasil busca dar um passo adiante, desenvolvendo o próprio sistema de envio de mensagens.

Batizado de “PoupeMais”, o projeto foi inscrito diretamente na Fase 2 do PIPE. A experiência adquirida em iniciativas anteriores pelo pesquisador responsável e sócio-fundador da MGov Brasil, Guilherme Lichand, permitiu que a empresa pleiteasse apoio para o desenvolvimento do sistema SMS que fará o envio de mensagens de educação financeira e a coleta dos resultados.

Pesquisadores da MGov Brasil farão a avaliação do impacto dessas mensagens sobre decisões de consumo, crédito e poupança dos destinatários, prioritariamente beneficiários de programas sociais do governo.

Ao final do projeto, os sócios da empresa – Lichand, Rafael Vivolo e Marcos Lopes – pretendem ter nas mãos um produto para educação financeira que possa ser comercializado junto a órgãos governamentais e o setor privado, com o propósito de formar hábitos financeiros mais saudáveis e reduzir o endividamento da população de baixa renda.

O uso do celular como ferramenta de envio e coleta de dados é estratégico. “Coletar dados face a face é caríssimo. Pode custar entre 3 e 10 vezes o custo de uma entrevista por celular”, disse Lichand. E o celular tem a vantagem adicional de estar presente em 93% dos lares brasileiros, segundo dados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios Brasileiros (TIC Domicílios) de 2016.

Mas essa alternativa também tem uma limitação: 46% dos domicílios brasileiros ainda não têm acesso à internet, conforme aponta a mesma pesquisa. Na zona rural, esse índice pode chegar a 74%. E 65,5% das linhas ativas ainda são pré-pagas, segundo dados da Anatel, de agosto de 2017. Assim, os pesquisadores optaram pelo SMS e por chamadas de voz com cobrança invertida.

“Trata-se de uma funcionalidade disponível em qualquer aparelho e não requer que o usuário tenha créditos para receber o conteúdo ou para interagir com o sistema”, disse Lichand.

Atingir o público-alvo também é um desafio a ser vencido. Contatar números de celular sem prévio consentimento não apenas é uma prática proibida pela Anatel como apresenta baixa taxa de resposta. Em projetos anteriores, a solução foi o estabelecimento de parcerias com órgãos públicos, por meio dos quais os usuários são convidados a participar da pesquisa.

Para o desenvolvimento do projeto PoupeMais, a MGov Brasil enviou mensagens de educação financeira para correntistas da Caixa Econômica Federal que também são beneficiários do Bolsa Família. A startup foi contemplada pelo programa Desafio de Negócios de Impacto Social, realizado pela Caixa em parceria com a organização não governamental Artemísia.

A MGov Brasil foi uma das cinco selecionadas dentre 460 empresas que participaram desse programa destinado a criar soluções em educação e serviços financeiros para a população de baixa renda. Assim, pôde testar o projeto-piloto desenvolvido com apoio da FAPESP numa situação real.

“Os correntistas foram divididos em dois grupos; metade começou a receber as mensagens na segunda quinzena de outubro e metade receberá após seis meses. Será possível comparar o impacto das mensagens sobre os dados bancários dos correntistas, avaliando o saldo e o nível de endividamento”, explica Lichand.

Nos projetos anteriores, a MGov Brasil utilizou um SMS adquirido de fornecedores externos. Hoje, graças ao PIPE, a empresa já tem um sistema próprio.

“As ferramentas existentes no mercado são caras e não fazem metade do que fazemos agora”, afirma o economista. Ele explica que o sistema desenvolvido pela empresa apresenta um padrão mais inteligente de tentativas de entrega de mensagem.

“Normalmente, se o usuário do celular está sem sinal, a operadora desiste do envio do SMS. O sistema que desenvolvemos tenta fazer a entrega em outros momentos do dia; o SMS fica na caixa de saída até o momento em que houver sinal”, disse Lichand.

Leia a notícia completa no site FAPESP – Pesquisa para Inovação, em http://pesquisaparainovacao.fapesp.br/educacao_financeira_por_mensagem_de_celular/429.
 

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