Dentes sob medida
25 de julho de 2005

Após sucesso de testes feito em animais, pesquisadores como Silvio Duialibi, da Unifesp, acreditam que dentes feitos a partir de células-tronco adultas poderão estar nas bocas dos pacientes em cinco anos

Dentes sob medida

Após sucesso de testes feito em animais, pesquisadores como Silvio Duialibi, da Unifesp, acreditam que dentes feitos a partir de células-tronco adultas poderão estar nas bocas dos pacientes em cinco anos

25 de julho de 2005

 

Por Eduardo Geraque, de Fortaleza

Agência FAPESP - O terrível atentado de 11 de setembro de 2001 contra as torres gêmeas de Nova York ocorreu ao mesmo tempo em que um avanço científico importante era registrado em Boston, também nos Estados Unidos.

"Lembro da data com muita clareza. Ao mesmo tempo em que havia um grande sentimento de tristeza, estávamos particularmente felizes por causa dos resultados de nosso trabalho", disse Silvio Duailibi à Agência FAPESP. Naquele dia, o grupo do qual fazia parte o brasileiro conseguiu, a partir de células-tronco adultas, desenvolver um dente.

Duailibi está de volta ao Brasil, como professor visitante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e continua os estudos iniciados em Boston. "Estamos na fase de usar células humanas e de primatas em ratos. Ainda não começamos com células humanas em seres humanos, mas com recursos suficientes poderemos, em cinco ou em sete anos, no máximo, colocar um dente na boca de um paciente", afirma.

Os experimentos realizados em 2001 já geraram o depósito de uma patente na área de engenharia tecidual. "Fazem parte desse pedido três instituições: a Unifesp, o Instituto Forsyth e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts", explicou o dentista, que proferiu conferência no dia 22, na 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Fortaleza.

Segundo Duailibi, a pesquisa a partir de células-tronco adultas tem prioritariamente uma origem técnica. "A questão ética também é importante, mas, nesse caso, no qual usaremos as células do próprio paciente para fazer um dente, estaremos tentando evitar o problema da rejeição, que existe no caso dos transplantes de órgãos", explicou.

Essa linha de pesquisa, para o pesquisador, tem uma importância gigantesca também para a saúde pública do Brasil. "Pode ser muito útil para a reparação óssea em geral e também de cartilagens", avisa.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.