Técnicos do Inpe vão à Antártica para dar continuidade ao projeto de monitoramento de radição ultravioleta e da camada de ozônio (foto: Inpe)

De olho no buraco de ozônio
22 de setembro de 2004

Técnicos do Inpe vão à Antártica para dar continuidade ao projeto de monitoramento de radição ultravioleta e da camada de ozônio. A programação científica prevê o lançamento de 20 sondas por meio de balões meteorológicos

De olho no buraco de ozônio

Técnicos do Inpe vão à Antártica para dar continuidade ao projeto de monitoramento de radição ultravioleta e da camada de ozônio. A programação científica prevê o lançamento de 20 sondas por meio de balões meteorológicos

22 de setembro de 2004

Técnicos do Inpe vão à Antártica para dar continuidade ao projeto de monitoramento de radição ultravioleta e da camada de ozônio (foto: Inpe)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Dois técnicos da Divisão de Geofísica Espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Luiz de Souza Mangueira e José Roberto Chagas, embarcaram na segunda-feira (20/9) para a Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz. A missão dos pesquisadores é realizar lançamentos de sondas que viabilizem estudos sobre a dinâmica do buraco na camada de ozônio e o impacto da radiação ultravioleta no solo da região.

A viagem dará continuidade ao Projeto Radiação Ultravioleta e Ozônio na Antártica, promovido pelo Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e pelo Ministério do Meio Ambiente. A campanha de monitoramento da camada de ozônio, realizada sobre a Estação Comandante Ferraz, é feita com instrumentos de medidas de solo e por sondas lançadas de balões meteorológicos.

"A instrumentação de solo mede a radiação ultravioleta durante todo o ano. A camada de ozônio é estudada apenas durante o aparecimento do buraco na primavera, período que vai de setembro a novembro", disse a coordenadora do Programa Antártico do Inpe, Neusa Paes Leme, à Agência FAPESP. "Temos instrumentação em parceria com a Universidade de Punta Arenas, do Chile, para que os dados na Antártica sejam comparados com os do Brasil."

Os técnicos seguiram à Antártica para realizar atividades de instalação, calibração e operação de instrumentos. "A previsão é que sejam lançadas pelo menos 20 sondas por balões meteorológicos durante a ocorrência do buraco de ozônio", explica Neusa. As informações geradas durante os vôos são concentração de ozônio, temperatura, direção e velocidade dos ventos e pressão da atmosfera. "Os dados serão comparados com informações de solo obtidas pelo espectrofotômetro Brewer e por sensores de radiação", explica.

Segundo Neusa, o Brewer é um espectrofotômetro altamente sofisticado que mede a coluna total de ozônio e a radiação ultravioleta ao mesmo tempo e em vários comprimentos de onda, além de medir outros gases minoritários como o dióxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre.

A observação contínua deverá permitir o acompanhamento da variação anual e sazonal da radiação ultravioleta. Em relação ao ozônio, serão analisados gradientes em relação ao tempo e ao espaço. Os pesquisadores esperam com esses dados avaliar o comportamento do buraco na camada de ozônio e também sua conexão com o sul do continente americano. Neusa embarca para a Estação Comandante Ferraz em novembro, para acompanhar a campanha de monitoramento e comparar os dados com os anos anteriores.

Até lá, os dados serão transmitidos ao final de cada dia, pela internet, para o Laboratório de Ozônio do Inpe no Brasil, a fim de que seja realizada uma análise prévia. "Nosso maior objetivo é montar um banco de dados que possa ser integrado com informações de outras estações, para que seja estudada a evolução de toda a dinâmica que envolve o aumento do buraco de ozônio na região", conta Neusa.


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