Em workshop na FAPESP, representantes da comunidade científica e da indústria dos dois países discutiram a estruturação do BASIS Programme (foto:F.Cunha)

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04 de abril de 2014

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Em workshop na FAPESP, representantes da comunidade científica e da indústria dos dois países discutiram a estruturação do BASIS Programme (foto:F.Cunha)

 

Por Fernando Cunha

Agência FAPESP – Representantes da comunidade científica e da indústria do Brasil e da Holanda interessados em bioenergia e no uso de biocombustíveis na aviação civil realizaram, nesta quinta-feira (03/04), na FAPESP, o workshop Brazil-Netherlands Advanced Sustainable Integral Biofuels Systems. O objetivo do encontro foi discutir a estruturação de um programa de pesquisa e inovação na área, o BASIS Programme.

A iniciativa propõe a criação de infraestrutura para alavancar a cooperação entre os dois países a partir da colaboração existente entre o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e a Fundação BE-Basic, consórcio público-privado holandês composto principalmente por universidades, instituições científicas e empresas holandesas.

O BASIS Programme é também inspirado pelo Plano de voo para biocombustíveis de aviação no Brasil – relatório preparado pela Boeing, pela Embraer e pela FAPESP, sob a coordenação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), divulgado em junho de 2013. O documento apontou caminhos para que o país ocupe uma posição de destaque internacional no mercado, por meio da pesquisa sobre matérias-primas e produção de biocombustíveis, logística de distribuição e adequação da legislação, entre outros temas.

“A FAPESP criou o Programa BIOEN em 2009 porque a bioenergia e os biocombustíveis são dois temas muito importantes para o Brasil e para o Estado de São Paulo, que é o segundo maior produtor de etanol no mundo”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, na abertura do workshop.

O BIOEN congrega hoje cerca de 400 pesquisadores em projetos em bioenergia, 60 deles ligados a centros de pesquisa de países como Holanda, Reino Unido, França, Estados Unidos e Dinamarca, e mantém parcerias com empresas como Braskem, Oxiteno, Microsoft, Boeing e Dedini.

Luuk van der Wielen, presidente da Fundação BE-Basic e coordenador do workshop, destacou a importância da cooperação do consórcio holandês com a FAPESP, firmada em 2010. No âmbito do acordo entre as duas instituições, pesquisadores holandeses e brasileiros investigam a sustentabilidade da produção de etanol, os impactos da produção de biocombustíveis e o manejo sustentável do solo na produção de biomassa, entre outros temas, em projetos selecionados em duas chamadas de propostas, desde 2010.

“Estamos muitos satisfeitos com as pesquisas que apoiamos em colaboração com a FAPESP. O BE-Basic quer agora estender essa importante parceria, que significa um bom ponto de partida para avançarmos com a participação de outras organizações holandesas e brasileiras”, afirmou Wielen.

Participaram do workshop os professores Heitor Cantarella, membro da coordenação do Programa BIOEN; Cylon Gonçalves da Silva, membro da coordenação adjunta de Programas Especiais da FAPESP; Francisco Nigro, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do relatório Plano de voo para biocombustíveis de aviação no Brasil; Onofre Andrade, coordenador de pesquisa para biocombustíveis da Boeing Brasil; e Otávio Cavalett, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).

A programação do workshop ainda teve a participação de pesquisadores associados ao BE-Basic e apresentações de Dirk Kronemeijer, diretor da SkyNRG, empresa holandesa voltada para a sustentabilidade na aviação, de Al Bryant, vice-presidente da Boeing Tecnologia e Pesquisa, de Ignaas Karyn, diretor de Inovação da KLM, de Rob Huyser, do Ministério da Infraestrutura e Meio Ambiente da Holanda, e de Nico Schiettekatte, do Ministério da Economia da Holanda.

 

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