Cientista brasileiro pesquisa mais, mas patentes não crescem
24 de junho de 2003

Brasil ocupa a 17ª posição entre os países que mais publicam artigos científicos, mas apenas a 29ª no registro, revela coordenador do Nuplitec em evento em São Paulo

Cientista brasileiro pesquisa mais, mas patentes não crescem

Brasil ocupa a 17ª posição entre os países que mais publicam artigos científicos, mas apenas a 29ª no registro, revela coordenador do Nuplitec em evento em São Paulo

24 de junho de 2003

 

(Agência FAPESP) Desde meados dos anos 70, a produção científica brasileira, medida pela publicação de artigos em revistas indexadas, atingiu um crescimento exponencial. Entretanto, o mesmo não pode ser dito a respeito do registro de patentes a partir do resultado das pesquisas. O Brasil ainda é responsável por apenas 0,05% do total de patentes registradas no mundo. Resultado: enquanto o País já ocupa o 17º posto entre os países que mais publicam, ainda está em 29º lugar em termos de registros de patentes.

Os dados foram apresentados nesta terça-feira (23/06) por Edgar Zanotto, coordenador do Núcleo de Patenteamento e Licenciamento de Tecnologia (Nuplitec), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), durante o Evento Bionegócios na América do Sul, que acontece até quarta-feira no Blue Tree Convention Center, em São Paulo.

A iniciativa do Nuplitec foi uma das práticas apresentadas com o objetivo de superar o problema. O núcleo assume a responsabilidade de implementar as ações necessárias para proteger a propriedade intelectual de projetos financiados pela FAPESP, bem como o respectivo licenciamento e venda da patente a empresas.

Além de Zanoto, participaram da mesa redonda sobre o tema "Propriedade Intelectual" Danielle Berneman, do Instituto Pasteur, da França, Félix Rosanski, da Associação de Direitos Intelectuais, da Argentina, Eury Luna Filho, do CNPq e Ricardo Bergamo, também do Nuplitec/FAPESP.

Luna Filho defendeu modificações na legislação brasileira de patentes, para possibilitar o registro de produtos obtidos a partir de plantas e animais. O patenteamento de seres vivos não modificados é proibido pela atual legislação brasileira. Para Luna Filho, isso restringe o País em uma área em que poderia ser muito forte, devido a sua megabiodiversidade.

Por André Muggiati


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