Serão apoiadas expedições voltadas à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade e a biodiversidade amazônica (foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
Parceria entre Iniciativa Amazônia+10 e CNPq mobilizou mais de 1.400 pesquisadores em 19 Estados brasileiros e três países. Resultados serão anunciados em agosto
Parceria entre Iniciativa Amazônia+10 e CNPq mobilizou mais de 1.400 pesquisadores em 19 Estados brasileiros e três países. Resultados serão anunciados em agosto
Serão apoiadas expedições voltadas à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade e a biodiversidade amazônica (foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
Agência FAPESP – A chamada Expedições Científicas, lançada pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em setembro de 2023, no âmbito da Iniciativa Amazônia+10, recebeu 190 propostas – 25% a mais que o número de projetos submetidos ao primeiro edital da iniciativa.
A chamada, que apoiará expedições científicas voltadas à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade e a biodiversidade amazônica, mobilizou mais de 1.400 pesquisadores de 181 instituições de ciência e tecnologia sediadas em 19 Estados brasileiros e em três países – Reino Unido, Suíça e Alemanha – que aderiram à chamada em janeiro de 2024, por meio de agências de fomento à pesquisa: o British Council e o UK Research and Innovation (UKRI), a Swiss National Science Foundation (SNSF) e o Centro Universitário da Baviera para a América Latina (Baylat), respectivamente.
"A grande procura revela a crescente preocupação da comunidade científica, no Brasil e no mundo, com a questão da biodiversidade e da sustentabilidade. Esse sucesso só confirma o entendimento do CNPq de que não é possível projetar o desenvolvimento científico e tecnológico do país sem olhar para a questão ambiental", afirma o presidente do CNPq, Ricardo Galvão.
"Estamos entusiasmados com a notável resposta da comunidade à chamada Expedições Científicas. Esse engajamento reflete a relevância e o potencial transformador das pesquisas sobre a sociobiodiversidade e biodiversidade amazônica, que contribuirão para ampliar nosso conhecimento e promover o desenvolvimento sustentável da região”, diz Odir Dellagostin, presidente do Confap.
Cada uma das propostas é liderada por pesquisadores de, pelo menos, duas Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) ou agências estrangeiras, sendo um deles obrigatoriamente vinculado a instituições de ensino superior e/ou pesquisa com sede nos Estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso).
"Quando paramos para pensar que novas ações poderíamos fazer na Iniciativa Amazônia+10, ficou claro que o foco deveria ser novas expedições científicas cobrindo lacunas geográficas e taxonômicas da sociobiodiversidade amazônica. A resposta da comunidade mostra que estávamos certos. O trabalho de campo vai permitir ampliar muito o conhecimento que temos da região. E assegurará um protagonismo local igualmente relevante, pela participação de pesquisadores da Amazônia Legal e pelo papel das instituições locais como local de guarda do material coletado", afirma Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.
As propostas selecionadas serão anunciadas em agosto de 2024. As aprovadas serão financiadas com recursos no valor total de cerca de R$ 94 milhões, sendo R$ 30 milhões do orçamento do CNPq e o restante das FAPs participantes e demais agências internacionais.
Os Estados com maior número de participação em propostas são Pará, São Paulo e Amazonas. Pesquisadores vinculados a instituições do Reino Unido participam de 39 propostas de pesquisa, e os da Suíça, de cinco.
“O edital é mais uma ação para trazer luz para essa região tão importante para o planeta. Trata-se de um esforço coletivo que mostra a necessidade de investimento em pesquisa e tecnologia na Amazônia e, fundamentalmente, a necessidade de conhecer ainda mais uma região sobre a qual sabemos muito pouco. É preciso conhecer mais para poder preservá-la e fazer uso de seus recursos naturais de maneira sustentável, um modelo que ainda não existe no mundo e que precisa ser criado. E somente a ciência pode trazer essa possibilidade”, diz Marcel Botelho, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa).
As 190 propostas submetidas distribuem-se por nove grandes áreas do conhecimento (Ciências Agrárias, Biológicas, da Saúde, Exatas e da Terra, Humanas, Sociais Aplicadas, Engenharias, Linguística, Letras e Artes e outras). A área de Ciências Biológicas é contemplada em 71 propostas, seguida das Ciências Agrárias, com 29, e as Humanas, com 24.
“A Iniciativa Amazônia+10 é a comprovação exitosa de que unir esforços em prol de parcerias e pesquisas colaborativas contribui para a expansão do conhecimento científico e fortalece uma região, um país. Nesse edital, teremos ganhos em âmbito regional, nacional e mundial, uma vez que as equipes compostas por pesquisadores de excelência, de diversos Estados brasileiros e diferentes países, executarão importantes propostas de pesquisas. Tenho convicção de que as propostas submetidas à chamada são de altíssima qualidade e de que os novos estudos vão subsidiar o encontro de soluções para os desafios da Amazônia, de seus povos e de suas questões ambientais”, afirma Márcia Perales Mendes Silva, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Os recursos serão liberados de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira do CNPq e das referidas FAPs e das agências internacionais. O aporte das FAPs envolvidas em cada proposta será proporcional ao esforço em pesquisa do respectivo Estado, não havendo obrigação de igual financiamento de cada uma delas.
A Iniciativa Amazônia+10 tem como objetivo apoiar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico na floresta tropical, as interações natureza-sociedade e o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região. É liderada pelo Confap e pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) e conta com a parceria do CNPq.
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