Programa especial da Universidade das Nações Unidas, em Caracas, desenvolve técnicas baseadas em seqüências de DNA para proteger arquivos históricos da infestação de insetos e bactérias
Programa especial da Universidade das Nações Unidas, em Caracas, desenvolve técnicas baseadas em seqüências de DNA para proteger arquivos históricos da infestação de insetos e bactérias
Nos países tropicais, além da falta de cuidado, o clima, insetos e microrganismos complicam ainda mais a preservação da arte e da história. Para tentar reverter uma situação que parece piorar a cada dia, a Universidade das Nações Unidas, por meio do programa Biolac, está desenvolvendo métodos eficientes e não invasivos para que páginas da história de um país possam permanecer inteiras por mais tempo. As alternativas são baseadas em técnicas biotecnológicas atuais, como a de seqüenciamentos de DNA.
O objetivo dos pesquisadores é obter material genético dos responsáveis pela infestação e definir com precisão quais as espécies que estão digerindo papéis, pinturas e outras peças artísticas. A partir disso, a intenção é usar as toxinas das próprias bactérias para repelir a infestação da história venezuelana. Para o desenvolvimento das técnicas de proteção, os cientistas também estão se baseando em técnicas utilizadas em países de clima temperado.
"Há milhões de bactérias e fungos causando verdadeiros desastres no mundo em desenvolvimento", disse Jose Luiz Ramirez, diretor do programa Biolac. "A biotecnologia nos ajudará a identificar de forma precisa o material que foi usado pelo artista, assim como a peste que está causando a destruição. Com essas informações, será possível encontrar a melhor estratégia para fazer uma correta proteção", disse em comunicado da Universidade das Nações Unidas.
Para discutir o problema, a instituição realizou em Caracas, no início de novembro, um grande simpósio sobre o tema. Toda a discussão será editada em forma de livro, que deverá ser lançado, em espanhol, nas próximas semanas. Uma versão em inglês também está sendo preparada pelos responsáveis do Biolac.
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