Debate sobre formação de redes de pesquisa foi destaque em seminário técnico que pesquisadores interessados em apresentar propostas para a chamada lançada no âmbito do acordo entre a Vale S.A.,FAPESP, Fapemig e Fapespa (Foto: Eduardo Cesar)

Avanço em rede
13 de maio de 2010

Debate sobre formação de redes de pesquisa foi destaque em evento que reuniu interessados em apresentar propostas para chamada do acordo entre a Vale S.A.,FAPESP, Fapemig e Fapespa

Avanço em rede

Debate sobre formação de redes de pesquisa foi destaque em evento que reuniu interessados em apresentar propostas para chamada do acordo entre a Vale S.A.,FAPESP, Fapemig e Fapespa

13 de maio de 2010

Debate sobre formação de redes de pesquisa foi destaque em seminário técnico que pesquisadores interessados em apresentar propostas para a chamada lançada no âmbito do acordo entre a Vale S.A.,FAPESP, Fapemig e Fapespa (Foto: Eduardo Cesar)

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – O favorecimento à formação de redes de pesquisa envolvendo cientistas de São Paulo, Minas Gerais e Pará deverá contribuir para impulsionar o avanço do conhecimento nas diversas áreas de investigação apoiadas pelo Acordo de Cooperação Tecnológica assinado em 2009 pela Vale S.A. e pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos três Estados.

Esse foi um dos aspectos mais debatidos nesta quarta-feira (12/5), na sede da FAPESP, no seminário técnico que reuniu pesquisadores interessados em apresentar projetos para a chamada de propostas – lançada em março – no âmbito do acordo assinado entre a maior empresa privada do país e as FAP’s do Estados de São Paulo (FAPESP), Minas Gerais (Fapemig) e do Pará (Fapespa).

O acordo, que prevê investimentos totais de até R$ 120 milhões, apoiará preferencialmente a pesquisa científica e tecnológica na modalidade “Propostas em rede de pesquisa”, que compreende propostas cooperativas envolvendo no mínimo dois projetos complementares articulados com objetivos comuns. As equipes responsáveis pelos projetos deverão ser vinculadas a pelo menos dois Estados que sediam as FAPs co-financiadoras.

Embora a preferência seja dada aos projetos em rede, o edital oferece também a modalidade de “Proposta individual”, que compreende um projeto único, apresentado por um ou mais pesquisadores vinculados a instituições de um dos três Estados.

As áreas contempladas vão desde o campo da mineração –, atividade fundamental da empresa –, passando por áreas como ecoeficiência, biodiversidade, geotecnia, busca de novas rotas de biocombustíveis e melhoria da eficiência energética, mas abarcando também temas como estudos de ecologia humana, epidemiologia, arqueologia histórica e metodologias de avaliação de programas sociais em comunidades tradicionais.

De acordo com Douglas Eduardo Zampieri, membro da Coordenação de Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP, a ideia de privilegiar a apresentação de propostas em redes se justifica por ser uma forma de potencializar as trocas de informações entre grupos de pesquisa heterogêneos.

“Essa troca de informações faz com que a fronteira de conhecimento avance mais rápido. Isso ocorre porque temos grupos de pesquisa que são ativos e eficientes, mas que às vezes estão trabalhando em temas correlatos sem uma sinergia adequada. Quando conseguimos criar uma rede, conquistamos resultados mais robustos, mais consubstanciados e muito mais rápidos”, disse.

Apesar da complexidade inerente à formação de redes de pesquisa, segundo ele, os pesquisadores não deverão encontrar dificuldades para apresentar suas propostas, graças à forma como a chamada foi desenhada.

“Cada pesquisador apresentará sua proposta a partir das regras da FAP de seu próprio Estado. Depois de aprovados pelas FAP’s, os projetos poderão ser apresentados no formato de rede e assim passarão pela avaliação do comitê gestor”, explicou Zampieri.

Na prática, para pesquisadores paulistas, por exemplo, as regras serão idênticas às do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). “O pesquisador apresentará a proposta à FAPESP exatamente como está acostumado a fazer com os projetos submetidos ao PITE. Ele terá opção se associar a um grupo de um ou dois outros estados e submeter o projeto em rede, assim como também poderá submeter projetos individuais”, disse.

Localizando focos de excelência

Domenica Blondi, coordenadora do Instituto Tecnológico Vale (ITV), afirma que o modelo de pesquisa em rede estimula o compartilhamento de informações e o intercâmbio de expertises.

“A formação de redes possibilita que uma instituição menos capacitada se beneficie de troca de informações e de conhecimento com instituições cientificamente mais robustas, cujos indicadores de tecnologia estejam mais avançados. Ao mesmo tempo, o modelo em rede possibilita à Vale e às FAPs um contato mais amplo com o maior número possível de grupos de pesquisa”, disse  à Agência FAPESP.

Segundo ela, outro aspecto importante da formação de redes consiste em facilitar a localização de focos de excelência que atuam isoladamente. “Isso pode beneficiar grupos de pesquisa dos três Estados, pois as redes aumentam a margem de manobra no que diz respeito ao mapeamento a bons grupos de pesquisa e acesso à produção de conhecimento de qualidade”, declarou.

Domenica acrescentou que o edital não tem o viés de privilegiar os temas de interesse da Vale para aplicação direta em novas tecnologias. A prioridade é estimular a pesquisa básica nas macroáreas: “Mineração”, “Energia”, “Produtos ferrosos para siderurgia” e “Biodiversidade e eco-eficiência”.

“Não é preciso que o pesquisador interessado tenha a preocupação de propor pesquisas de interesse imediato da Vale. Os setores de Pesquisa e Desenvolvimento das áreas de negócios da empresa já têm essa preocupação. A missão do ITV é justamente favorecer a pesquisa com foco no futuro”, afirmou.

Mais informações: www.fapesp.br/fffv

 

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