Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia (imagem: Jornal da Unicamp Online)

Asma não é fator de risco importante para COVID-19, aponta estudo
02 de fevereiro de 2021

Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia

Asma não é fator de risco importante para COVID-19, aponta estudo

Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia

02 de fevereiro de 2021

Conclusão, divulgada na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology por grupo da Unicamp, está baseada na análise de 1.069 artigos científicos publicados nos primeiros seis meses da pandemia (imagem: Jornal da Unicamp Online)

 

Agência FAPESP* – Com base em dados de artigos científicos publicados durante os primeiros seis meses da pandemia, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) avaliaram a relação entre o diagnóstico prévio de asma e o desenvolvimento de COVID-19 nos pacientes infectados.

A revisão sistemática da literatura científica identificou 1.069 artigos que descreveram os quadros clínicos e antecedentes médicos de 161.271 pacientes com a doença. Segundo a análise feita pelos pesquisadores das faculdades de Ciências Médicas (FCM-Unicamp) e Enfermagem (Fenf-Unicamp), somente 1,6% dos pacientes tinham diagnóstico prévio de asma. O percentual está abaixo da média mundial, que é de 4,4%, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Global Asthma Report. Assim, de acordo com os pesquisadores da Unicamp, “os dados epidemiológicos disponíveis até o momento indicam que o fato de um paciente ter diagnóstico de asma não se constitui em um fator de risco para o desenvolvimento da COVID-19”.

Mas o grupo não descarta que alguns fatores podem ter provocado uma distorção dos dados epidemiológicos. Uma das possibilidades é a subnotificação do diagnóstico pregresso de asma, caso os pesquisadores não tenham sido criteriosos e detalhistas na descrição dos quadros clínicos e antecedentes médicos dos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. O grupo também ressalta que mais de 20% dos pacientes descritos nos 1.069 artigos eram originários da China, país com uma das menores prevalências de asma no mundo.

As conclusões do estudo, liderado pelo professor da FCM-Unicamp Lício Velloso, foram publicadas na revista Allergy, Asthma & Clinical Immunology. A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), um dos CEPIDs da FAPESP.

Asma é uma doença inflamatória crônica que acomete os brônquios e resulta em crises de tosse e falta de ar. A forma mais comum está relacionada a uma resposta alérgica contra componentes dos ácaros, fungos, pólens e animais domésticos. Se não for adequadamente tratada, a asma pode levar a uma perda progressiva da função respiratória e, eventualmente, à morte precoce.

Por causa do componente inflamatório e de sua natureza crônica, a asma pode aumentar a chance do desenvolvimento de formas mais graves de pneumonias causadas por vírus e bactérias. Por esse motivo, acreditava-se que pacientes com asma seriam mais vulneráveis à infecção pelo SARS-CoV-2. A análise sistemática de literatura, contudo, não confirmou essa hipótese.

O artigo Asthma and COVID-19: a systematic review pode ser lido em https://aacijournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13223-020-00509-y.

* Com informações do Jornal da Unicamp.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.