Reunião do Fórum Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), realizada na semana passada em Manaus, estabelece parcerias e discute questões sobre a descentralização e a continuidade com relação aos repasses dos recursos dos Estados
Reunião do Fórum Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), realizada na semana passada em Manaus, estabelece parcerias e discute questões sobre a descentralização e a continuidade com relação aos repasses dos recursos dos Estados
Agência FAPESP - A reunião interna do Fórum Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), que ocorreu nos dias 25 e 26 de setembro, em Manaus (AM), foi marcada pelo convênio firmado entre São Paulo e Amazonas.
Segundo o documento assinado, pesquisas desenvolvidas no Estado de São Paulo, como o programa Biota/FAPESP, poderão ser aproveitadas integralmente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), instituição de fomento que começou a funcionar em maio. O Biota tem o objetivo de caracterizar toda a biodiversidade do Estado de São Paulo, definindo os mecanismos para sua conservação, o seu potencial econômico e a sua utilização sustentável.
"Faltam muitos recursos humanos na região amazônica e o objetivo é que haja um intercâmbio entre os pesquisadores dos dois Estados para que sejam adquiridos novos conhecimentos", disse Francisco Romeu Landi, presidente do Fórum das FAPs e diretor-presidente da FAPESP, à Agência FAPESP.
No encontro foram discutidas também as relações de descentralização dos recursos federais, a serem repassados aos estados de forma proporcional, de acordo com o número de pessoal ocupado em pesquisa de cada região, PIB e número de pesquisadores disponíveis. Para Landi, ainda existem muitas questões de natureza administrativa a serem esclarecidas.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) está estruturando um novo programa de descentralização de recursos visando a um modelo semelhante ao de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe), da FAPESP. "A idéia é que a Finep repasse os recursos necessários para que todas as FAPs tenham um programa semelhante ao Pipe, de acordo com as condições industriais e de serviços presentes em cada Estado", disse Landi.
Ele ressaltou que, pela primeira vez na história, o Ministério da Ciência e Tecnologia percebeu que utilizar as FAPs traz vantagens, não só porque o dinheiro é efetivamente aplicado e revertido em pesquisa, mas também pelo fato de as FAPs estarem mais próximas dos pesquisadores e conhecerem muito bem o tipo de pesquisa que estão desenvolvendo.
"Existe uma interação direta entre as fundações de amparo e os pesquisadores, o que gera um conhecimento íntimo sobre o trabalho que está sendo desenvolvido e sobre a forma como o dinheiro tem sido aplicado. Isso fortalece as FAPs, pois assim elas passam a ser vistas pelos governadores locais como órgãos capazes de carrear recursos federais para o Estado", disse.
O presidente do Fórum das FAPs ressalta que deve haver uma maior continuidade com relação aos repasses dos recursos. "Só assim o pesquisador sente que está avançando com seus estudos", disse. Para ele, é necessário também investir no crescimento econômico da região onde as pesquisas estão sendo desenvolvidas, para que as pessoas sejam fixadas e possam trabalhar no local onde realizaram suas inovações. "É preciso que sejam criadas mais formas de estímulo para inversão de capitais nos Estados", disse Landi.
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