Pivô central de irrigação em lavoura no DF (foto: Embrapa)
Estudo da Embrapa Cerrados revela que o uso de água na agricultura da região aumentou em 75% de 1992 a 2002, valor bem superior ao verificado no consumo humano. Os dados mostram a necessidade de racionalizar o uso para que o abastecimento não seja comprometido
Estudo da Embrapa Cerrados revela que o uso de água na agricultura da região aumentou em 75% de 1992 a 2002, valor bem superior ao verificado no consumo humano. Os dados mostram a necessidade de racionalizar o uso para que o abastecimento não seja comprometido
Pivô central de irrigação em lavoura no DF (foto: Embrapa)
Com auxílio de imagens obtidas por satélite, os pesquisadores conseguiram registrar a elevação no número de pivôs centrais (equipamentos usados na lavoura para irrigação) na área de abrangência do Distrito Federal. Em 1992, foram identificados 55 pivôs centrais. Em 2002, o número saltou para 104. Os pivôs centrais, nas imagens feitas pelo satélite norte-americano Landsat, são registrados como círculos perfeitos, o que facilita bastante a identificação desses sistemas.
A partir dos dados, os cientistas da Embrapa Cerrados conseguiram fazer uma estimativa de quanto os pivôs centrais consumiram de água no período analisado. De acordo com a bibliografia científica, os pesquisadores sabem quais devem ser os gastos com água para a correta irrigação de culturas como feijão, trigo, cevada e milho, as mais presentes no Planalto Central. Feitas as contas, houve um aumento estimado em 75% no consumo de água para irrigação, que saltou de 23,36 milhões de metros cúbicos em 1992 para 40,94 milhões de metros cúbicos em 2002.
A comparação feita entre o consumo de água na agricultura e o aumento do consumo humano da população do Distrito Federal mostra que o primeiro cresceu em ritmo bem mais acelerado. Apesar de a população da região também ter crescido no período analisado, a elevação do consumo foi de 30,9%, menos da metade do verificado na agricultura.
Além de uma melhor manutenção dos equipamentos usados na irrigação e de um manejo correto da água na lavoura, o estudo da Embrapa Cerrados faz um outro alerta. Evitar o desperdício é a saída mais segura para a questão. Com o consumo atual, segundo os pesquisadores da instituição, poderá faltar água em breve, caso ocorra um período muito longo de estiagem.
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