Pivô central de irrigação em lavoura no DF (foto: Embrapa)

Agricultura no DF consome mais água
16 de dezembro de 2003

Estudo da Embrapa Cerrados revela que o uso de água na agricultura da região aumentou em 75% de 1992 a 2002, valor bem superior ao verificado no consumo humano. Os dados mostram a necessidade de racionalizar o uso para que o abastecimento não seja comprometido

Agricultura no DF consome mais água

Estudo da Embrapa Cerrados revela que o uso de água na agricultura da região aumentou em 75% de 1992 a 2002, valor bem superior ao verificado no consumo humano. Os dados mostram a necessidade de racionalizar o uso para que o abastecimento não seja comprometido

16 de dezembro de 2003

Pivô central de irrigação em lavoura no DF (foto: Embrapa)

 

Agência FAPESP - O consumo de água na agricultura do Distrito Federal aumentou 75% entre 1992 e 2002. A revelação está em estudo da Embrapa Cerrados divulgado esta semana em Brasília. A pesquisa verificou que o consumo subiu na mesma proporção do crescimento na área irrigada da região, que pulou de estimados 3.894 hectares para 6.823 no período.

Com auxílio de imagens obtidas por satélite, os pesquisadores conseguiram registrar a elevação no número de pivôs centrais (equipamentos usados na lavoura para irrigação) na área de abrangência do Distrito Federal. Em 1992, foram identificados 55 pivôs centrais. Em 2002, o número saltou para 104. Os pivôs centrais, nas imagens feitas pelo satélite norte-americano Landsat, são registrados como círculos perfeitos, o que facilita bastante a identificação desses sistemas.

A partir dos dados, os cientistas da Embrapa Cerrados conseguiram fazer uma estimativa de quanto os pivôs centrais consumiram de água no período analisado. De acordo com a bibliografia científica, os pesquisadores sabem quais devem ser os gastos com água para a correta irrigação de culturas como feijão, trigo, cevada e milho, as mais presentes no Planalto Central. Feitas as contas, houve um aumento estimado em 75% no consumo de água para irrigação, que saltou de 23,36 milhões de metros cúbicos em 1992 para 40,94 milhões de metros cúbicos em 2002.

A comparação feita entre o consumo de água na agricultura e o aumento do consumo humano da população do Distrito Federal mostra que o primeiro cresceu em ritmo bem mais acelerado. Apesar de a população da região também ter crescido no período analisado, a elevação do consumo foi de 30,9%, menos da metade do verificado na agricultura.

Além de uma melhor manutenção dos equipamentos usados na irrigação e de um manejo correto da água na lavoura, o estudo da Embrapa Cerrados faz um outro alerta. Evitar o desperdício é a saída mais segura para a questão. Com o consumo atual, segundo os pesquisadores da instituição, poderá faltar água em breve, caso ocorra um período muito longo de estiagem.


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