A pesquisa revela que 54% dos jovens de rua que se drogam estão preocupados com a saúde deles
Estudo da Unifesp, apresentando nesta quarta (24/11) na Abertura do Fórum Nacional Sobre Drogas, em Brasília, revela como o álcool, o cigarro e as drogas ilícitas circulam entre crianças e adolescentes que vivem pelas ruas das grandes cidades brasileiras
Estudo da Unifesp, apresentando nesta quarta (24/11) na Abertura do Fórum Nacional Sobre Drogas, em Brasília, revela como o álcool, o cigarro e as drogas ilícitas circulam entre crianças e adolescentes que vivem pelas ruas das grandes cidades brasileiras
A pesquisa revela que 54% dos jovens de rua que se drogam estão preocupados com a saúde deles
Tanto os governos municipais, estaduais e federais como a sociedade em geral ainda não conseguiram oferecer soluções adequadas para a diminuição do consumo de cigarro, álcool e drogas ilícitas. A pesquisa desenvolvida pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo, e financiada pela Secretaria Nacional Antidrogas com a Organização dos Estados Americanos, revela novos números de um velho problema.
Dos 2.807 jovens entre 10 a 18 anos entrevistados – todos estão sendo atendidos por algum tipo de programa de auxílio e, portanto, consomem drogas em menor ou maior grau – grande parte (68,7%) ainda mora com suas famílias ou vai à escola (55,8%) apesar de viverem na rua. Dentro desse universo de jovens com algum tipo de laço familiar, o consumo freqüente de drogas é bem mais baixo (19%) que no grupo que já abandonou a casa e os estudos (72,5%).
A maioria dos entrevistados admite que o álcool e o cigarro já faziam parte da vida deles antes mesmo de irem para as ruas. Em alguns casos, o consumo de drogas foi o motivo que levaram essas pessoas a abandonarem a família. Muitos atribuem à violência dos pais e de parentes, o motivo de começaram a se drogar.
Pela pesquisa da Unifesp também fica claro que todos os jovens de rua usuários de algum tipo de droga estão conscientes dos riscos que esse ato pode trazer para a saúde. Dos entrevistados, 54% disseram estar preocupados com a saúde e 19% admitiram medo de se viciar. Um pouco menos da metade da mostra (44,3%) tentou parar pelo menos uma vez. Menos de 1% dos entrevistados se sentem seguros em procurar o sistema público de saúde. Nem mesmo as ONGs, mostra o estudo, estão atuando com freqüência nesse problema.
O levantamento mostrou que das 70 instituições não-governamentais cadastradas em 1997 para trabalhar com a questão do consumo de droga entre os jovens que vivem na rua, apenas 11 continuavam atuantes em 2003. Para Ana Regina Noto, professora da Unifesp e coordenadora do trabalho, o investimento em políticas públicas contínuas é uma das saídas para que o problema possa ser melhor enfrentado.
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