Lançado em março de 2024, o programa quer estabelecer uma nova estratégia de financiamento à pesquisa sobre a porção sul do oceano Atlântico e sobre o continente mais frio do planeta (imagem: Wikipedia)
Reconhecimento dá maior visibilidade internacional à iniciativa da Fundação de estabelecer uma nova estratégia de financiamento à pesquisa sobre a porção sul do oceano Atlântico e sobre o continente mais frio do planeta
Reconhecimento dá maior visibilidade internacional à iniciativa da Fundação de estabelecer uma nova estratégia de financiamento à pesquisa sobre a porção sul do oceano Atlântico e sobre o continente mais frio do planeta
Lançado em março de 2024, o programa quer estabelecer uma nova estratégia de financiamento à pesquisa sobre a porção sul do oceano Atlântico e sobre o continente mais frio do planeta (imagem: Wikipedia)
Elton Alisson | Agência FAPESP – O Programa FAPESP para o Atlântico Sul e Antártica (PROASA) foi endossado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como uma contribuição para a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (Década do Oceano).
Proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para os anos de 2021 a 2030, algumas das metas da Década do Oceano são tornar os oceanos limpos, saudáveis, resilientes e seguros, além de previsíveis e produtivos, de forma que possam ser explorados de modo sustentável.
“O PROASA foi concebido à imagem e semelhança dos dez desafios estabelecidos pela Década do Oceano [que são compreender e combater a poluição marinha; proteger os ecossistemas e restaurar a biodiversidade; e alimentar de forma sustentável a população mundial, entre outros]”, diz à Agência FAPESP Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) e coordenador do PROASA.
“O programa representa a primeira iniciativa estruturada de uma agência de fomento à pesquisa no mundo acoplado à Década do Oceano, com o objetivo de dar suporte à ciência oceânica”, avalia.
Lançado em março de 2024, o PROASA tem como objetivo estabelecer uma nova estratégia de financiamento à pesquisa sobre a porção sul do oceano Atlântico e sobre o continente mais frio do planeta. A expectativa é que isso contribua para o fortalecimento e o aumento do financiamento de projetos de pesquisa científica e tecnológica sobre os dois ambientes, realizados por pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo em colaboração com cientistas de outras regiões do Brasil e de outros países.
Uma das metas do programa é permitir suprir lacunas no conhecimento sobre o Atlântico Sul por meio da consolidação e diversificação de grupos de pesquisa na região e da integração nos projetos de diferentes áreas do conhecimento, como as ciências sociais, naturais e as artes, visando a aproximação do oceano com a sociedade.
Já em relação à Antártica, a expectativa é que a iniciativa possibilite aumentar a realização de pesquisas na região por pesquisadores do Estado de São Paulo, de modo a gerar mais conhecimento tanto em relação ao oceano austral como à parte continental (leia mais em https://agencia.fapesp.br/51168).
“O endosso pela Década do Oceano permitirá dar mais visibilidade internacional para o programa e, dessa forma, influenciar outras agências de fomento à pesquisa no mundo a criar programas dedicados à agenda oceânica”, avaliou Turra.
Diplomacia científica
A diplomacia científica é um dos campos de atuação do PROASA. Para atingir os objetivos nessa seara, os coordenadores do programa têm participado de encontros mundiais e regionais organizados pelo Global Research Council (GRC) em que têm ressaltado a necessidade de as agências de fomento à pesquisa de diversos países criarem programas de pesquisa voltados à ciência oceânica, apresentando o PROASA como um modelo a ser seguido.
“A ideia é que o PROASA possa influenciar outras agências de fomento à pesquisa a criar programas alinhados à agenda da Década do Oceano, porque não adianta só a FAPESP fazer isso. Outros países também precisam direcionar recursos para essa finalidade”, pondera Turra.
O programa apoia a criação do Painel Internacional para a Sustentabilidade Oceânica (IPOS, na sigla em inglês). A FAPESP integra a coalizão formada por 16 instituições de pesquisa de todo o mundo e liderada pelo Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, França) para criar esse painel científico internacional para subsidiar decisões políticas em defesa do oceano.
A expectativa da coalizão, formada em abril de 2023 em reunião ocorrida em Bruxelas (Bélgica), é que o IPOS seja oficializado na próxima Conferência das Nações Unidas sobre os oceanos, que será realizada em junho deste ano em Nice, na França (leia mais em: agencia.fapesp.br/41625).
“A FAPESP é uma das signatárias da Declaração de Bruxelas [de instituições científicas para a sustentabilidade do oceano, lançada em abril de 2023], que deu força para o processo de criação do IPOS, e o PROASA busca incorporar a lógica de atuação desse painel que visa fortalecer a relação entre a ciência e tomada de decisão e a pesquisa para sustentabilidade”, afirma Turra.
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