Um dos objetivos do programa é apoiar a criação do International Panel on Ocean Sustainability (foto: IlyaHaykinson/Wikimedia Commons)

Oceanos
FAPESP lança novo programa de pesquisa com foco no Atlântico Sul e na Antártida
21 de março de 2024

Cerimônia de lançamento do PROASA será realizada no auditório da Fundação em 2 de abril; as inscrições estão abertas

Oceanos
FAPESP lança novo programa de pesquisa com foco no Atlântico Sul e na Antártida

Cerimônia de lançamento do PROASA será realizada no auditório da Fundação em 2 de abril; as inscrições estão abertas

21 de março de 2024

Um dos objetivos do programa é apoiar a criação do International Panel on Ocean Sustainability (foto: IlyaHaykinson/Wikimedia Commons)

 

Elton Alisson | Agência FAPESP – A FAPESP lançará no dia 2 de abril, durante a abertura de um seminário na sede da instituição, o Programa para o Atlântico Sul e a Antártida (PROASA), que reunirá pesquisadores do Brasil e do exterior. Mais informações sobre o evento estão disponíveis em: fapesp.br/16558/.

O objetivo do novo programa é estabelecer uma nova estratégia de financiamento à pesquisa sobre a porção sul do oceano Atlântico e sobre o continente mais frio do planeta. A expectativa é que isso contribua para o fortalecimento e o aumento do financiamento de projetos de pesquisa científica e tecnológica sobre os dois ambientes, realizados por pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo em colaboração com cientistas de outras regiões do Brasil e de outros países.

“O programa permitirá suprir lacunas no conhecimento sobre o Atlântico Sul por meio da consolidação e diversificação de grupos de pesquisa na região e da integração nos projetos de diferentes áreas do conhecimento, como as ciências sociais, naturais e as artes, visando a aproximação do oceano com a sociedade”, diz à Agência FAPESP Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) e coordenador do PROASA.

“Já em relação à Antártida, a expectativa é que a iniciativa possibilite aumentar a realização de pesquisas na região por pesquisadores do Estado de São Paulo, de modo a gerar mais conhecimento tanto em relação ao oceano austral como à parte continental”, afirma Turra.

De acordo com o pesquisador, outras metas do PROASA são criar uma infraestrutura de pesquisa compartilhada entre pesquisadores de São Paulo e de outros Estados, formar novos cientistas em áreas correlatas e atuar no campo da diplomacia científica.

“Um dos objetivos do programa é apoiar a criação do Ipos [International Panel on Ocean Sustainability] para fomentar fortemente a ciência para a sustentabilidade dos oceanos”, diz Turra.

A FAPESP integra a coalizão formada por 16 instituições de pesquisa de todo o mundo e liderada pelo Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, França) para criar esse painel científico internacional para subsidiar decisões políticas em defesa do oceano.

A expectativa da coalizão, formada em abril de 2023 em reunião ocorrida em Bruxelas (Bélgica), é de que o Ipos seja oficializado na próxima Conferência das Nações Unidas sobre os oceanos, que será realizada em Nice (França), em 2025 (leia mais em: agencia.fapesp.br/41625).

Durante a 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas (COP28), que aconteceu no início de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, representantes da FAPESP e de outras instituições internacionais relacionadas à pesquisa e ao fomento à pesquisa oceânica se reuniram para reforçar a criação do Ipos (leia mais em: agencia.fapesp.br/50492).

“O evento de lançamento do PROASA terá a participação de representantes de instituições do Brasil e do mundo que estão na base da criação do Ipos com o intuito de evidenciar a importância da agenda dos oceanos e como o novo programa da FAPESP se insere nesse contexto”, diz Turra.

Década do Oceano

Segundo Turra, o PROASA deriva dessa conjuntura de iniciativas internacionais anunciadas nos últimos anos e voltadas a promover uma agenda transdisciplinar de ciência e ação para a sustentabilidade dos oceanos, impulsionadas pela Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (Década do Oceano), proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para os anos de 2021 a 2030.

Esse período corresponde à última fase da Agenda 2030 – um plano de ação estabelecido pela ONU em 2015 para erradicar a pobreza e proteger o planeta, que contém 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Um deles, o ODS 14, sobre vida na água, estabelece a necessidade de gerenciar de forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros; acabar com a perda de biodiversidade biológica e a degradação dos hábitats naturais; e enfrentar os efeitos da acidificação dos oceanos e regulamentar a exploração da pesca.

Algumas das metas da Década do Oceano são tornar os oceanos limpos, saudáveis, resilientes e seguros, além de produtivos, de forma que possam ser explorados de modo sustentável.

“O cerne do PROASA está lastreado nos objetivos da Década do Oceano”, afirma Turra.

Alguns dos objetivos da Década do Oceano serão discutidos durante o segundo dia do seminário de lançamento do PROASA em quatro sessões: oceano limpo, saudável e resiliente; oceano produtivo e utilizado de forma sustentável; oceano previsível, seguro e acessível; e oceano envolvente e inspirador – educação, comunicação, diferentes sistemas de conhecimento, ciências sociais e governança.

Durante o lançamento do programa, estarão presentes Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP; Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico; Peter William Thomson, enviado especial do Secretário-Geral da ONU para o Oceano; Ricardo Jaques Ferreira, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar; Gilles Pinay, do CNRS; e Vahan Agopyan, secretário da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.

Os interessados podem se inscrever até 1º de abril pelo site da FAPESP. O seminário acontecerá a partir das 13h30 do dia 2 de abril, no auditório da FAPESP, rua Pio XI, 1.500, Alto da Lapa, São Paulo.

Haverá transmissão ao vivo pelo canal da Agência FAPESP no YouTube.
 

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