Projeto visa gerar subsídio para a confecção de políticas públicas baseadas em evidência (foto: TV Brasil)

Segurança Pública
Projeto une ciência de dados e sociologia no mapeamento da criminalidade
07 de novembro de 2023
EN

Com apoio da FAPESP, trabalho desenvolve ferramentas matemáticas e computacionais que abordam de forma inovadora questões relacionadas à segurança pública

Segurança Pública
Projeto une ciência de dados e sociologia no mapeamento da criminalidade

Com apoio da FAPESP, trabalho desenvolve ferramentas matemáticas e computacionais que abordam de forma inovadora questões relacionadas à segurança pública

07 de novembro de 2023
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Projeto visa gerar subsídio para a confecção de políticas públicas baseadas em evidência (foto: TV Brasil)

 

Agência FAPESP* – Um grupo composto por 22 pesquisadores brasileiros e dois colaboradores do exterior pretende, nos próximos anos, desenvolver ferramentas matemáticas e computacionais que abordem de forma inovadora questões relacionadas à criminalidade, impunidade e legitimidade das instituições encarregadas da segurança pública no país.

Selecionado no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em eScience e Data Science, o projeto “Criminalidade, insegurança e legitimidade: uma abordagem transdisciplinar” reúne especialistas das áreas de ciência de dados, computação e ciências sociais.

A equipe carrega a experiência e representatividade de integrantes de dois Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP: Núcleo de Estudos da Violência (NEV) e Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI).

“Este projeto é uma nova proposta de trabalho conjunto entre os CEPIDs que teve início em 2016. Podemos destacar ao menos três frentes de pesquisa: da legitimidade, da impunidade e dos padrões urbanos e criminais. E, além dessas três frentes, o Projeto Temático ainda traz linhas importantes de ações que incluem um portal de dados para organizar e analisar as informações e bases de dados relacionadas à criminalidade e o treinamento multidisciplinar de estudantes e pesquisadores”, explica o pesquisador responsável, Luis Gustavo Nonato.

Objetivos e resultados

As metodologias e ferramentas analíticas que serão desenvolvidas neste projeto permitirão que estudos complexos sejam realizados nas áreas de criminalidade e segurança, de modo a levantar e comprovar novas hipóteses.

“Esperamos que os resultados sirvam de subsídio para a confecção de políticas públicas baseadas em evidência, possibilitando aos agentes encarregados da segurança pública um melhor planejamento de ações para reduzir e prevenir crimes específicos. Os estudos deverão indicar ainda os principais fatores associados ao medo e à insegurança da população, permitindo que ações direcionadas possam ser empregadas para aumentar a sensação de segurança nos aglomerados urbanos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e de sua sustentabilidade”, explica Nonato.

O pesquisador chama a atenção para a questão ética que foi uma das principais preocupações desde que o projeto começou a ser elaborado: “Quase nada foi feito ainda no sentido de tentar entender o quão delicado são os dados que estão sendo usados pelos modelos que fazem predições e, principalmente, em que medida os resultados apontados podem de alguma forma discriminar determinados gêneros sociais, classes sociais e até mesmo regiões urbanas, localidades específicas. Tudo isso pode ser altamente impactado pelos modelos. Até onde podemos ir e como podemos ir? Até onde vamos chegar e qual caminho trilhar para evitar o máximo possível impactar desfavoravelmente populações com problemas sociais graves? Precisamos ter muito cuidado com isso”.

Outro objetivo do projeto é fomentar a aproximação da universidade com empresas e órgãos governamentais que atuam ou enfrentam questões relacionadas à segurança pública.

O coordenador científico do NEV, Sérgio Adorno, aponta para a era da transposição das fronteiras disciplinares na atualidade: “A ciência de dados tem muito a nos ensinar e nós temos muito a ensinar a eles também. E o mais importante é que, ao final, a gente possa fazer um diagnóstico do sistema como um conjunto, podendo contribuir para uma reforma do sistema de justiça criminal no médio e longo prazo. Eu acho que temos de ter muito claro o nosso papel como cientistas e intelectuais de produzir o conhecimento, apontar os problemas e sugerir, eventualmente, encaminhamentos e soluções”.

* Com informações do CeMEAI, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP.
 

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