Homenagem à cientista, uma das criadoras do programa em 1999, ocorreu no dia 15 de dezembro no Centro de Pesquisa e Inovação da USP, com a presença de colegas e amigos que a acompanharam ao longo dos mais de 40 anos de carreira (foto: Priscila Auilo Haikal)

Com emoção e poesia, Vanderlan Bolzani se despede da coordenação do BIOTA
02 de janeiro de 2023

Homenagem à cientista, uma das criadoras do programa em 1999, ocorreu no dia 15 de dezembro no Centro de Pesquisa e Inovação da USP, com a presença de colegas e amigos que a acompanharam ao longo dos mais de 40 anos de carreira

Com emoção e poesia, Vanderlan Bolzani se despede da coordenação do BIOTA

Homenagem à cientista, uma das criadoras do programa em 1999, ocorreu no dia 15 de dezembro no Centro de Pesquisa e Inovação da USP, com a presença de colegas e amigos que a acompanharam ao longo dos mais de 40 anos de carreira

02 de janeiro de 2023

Homenagem à cientista, uma das criadoras do programa em 1999, ocorreu no dia 15 de dezembro no Centro de Pesquisa e Inovação da USP, com a presença de colegas e amigos que a acompanharam ao longo dos mais de 40 anos de carreira (foto: Priscila Auilo Haikal)

 

André Julião | Agência FAPESP – A poesia e a emoção tomaram conta da despedida da pesquisadora Vanderlan Bolzani da coordenação do BIOTA-FAPESP, na última quinta-feira (15/12) no auditório do Centro de Pesquisa e Inovação da Universidade de São Paulo (Inova-USP).

A homenagem do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) contou com a participação de dirigentes da FAPESP, colegas, ex-alunos e familiares. Professora do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (IQAr-Unesp), Bolzani foi uma das criadoras do programa em 1999. Dentro dele, comandou ainda o BIOprospecTA, voltado à prospecção de produtos naturais da biodiversidade brasileira.

“Vanderlan chegou a São Paulo vinda do Nordeste, e rapidamente se tornou uma personalidade importante. A FAPESP fica honrada em participar dessa homenagem”, disse Marco Antonio Zago, presidente da Fundação, durante a abertura.

“O BIOTA é o nosso principal programa. É a mãe de todos os demais, porque não existia essa figura [de programas de pesquisa] até ele ser criado. A FAPESP é essa organização que conhecemos como exemplar, excepcional. Mas, em grande medida, isso é fruto das várias iniciativas que ela tem, incluindo o BIOTA e integrantes que estruturaram e estruturam essas ações, como a Vanderlan”, completou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fundação.

Jean Paul Metzger, coordenador do BIOTA, afirmou que se o programa tem como pai o professor Carlos Joly, Bolzani é a mãe, uma mentora intelectual.

“Tudo que a comunidade BIOTA e a coordenação querem dizer é muito obrigado. Pela inspiração, pela paixão, pelo entusiasmo, pelo amor, pelo carinho pelo programa e todas as pessoas na coordenação e na comunidade. Você sempre transmite esse carinho e dedicou mais de 20 anos ao programa. Essas duas palavras retratam o que queremos dizer para você. Muito obrigado”, afirmou.

Metzger lembrou a paixão de Vanderlan pela poesia e encerrou sua fala com a leitura do poema “Na esperança, o homem”, de Conceição Evaristo.

Joly, por sua vez, contou que a pesquisadora estava no BIOTA antes mesmo dele existir, quando o programa começou a ser pensado ainda em 1996. Segundo o professor emérito da Universidade Estadual de Campinas, englobar a área de bioprospecção desde o início foi um grande diferencial do programa, que, ainda durante a fase de descrição e caracterização da biodiversidade, estaria olhando para a quimiodiversidade brasileira.

“Foi um casamento perfeito e veio numa embalagem mais perfeita ainda, que era a professora Vanderlan”, disse o pesquisador, ressaltando ainda que Bolzani sempre defendeu o programa e o fez crescer, ensinando a todos a importância dos produtos naturais. “Você não sai do BIOTA porque o BIOTA não sai de você”, brincou.

Outro amigo e parceiro de pesquisas a falar foi Glaucius Oliva, coordenador do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um CEPID financiado pela FAPESP no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), que tem Bolzani como vice-coordenadora.

A criação do Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais (NuBBE) no IQAr-Unesp foi tema da fala de Dulce Helena Siqueira Silva, pesquisadora do centro que Bolzani fundou no interior paulista.

Norberto Peporine Lopes, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), lembrou o papel de Bolzani na formação de recursos humanos. Declamou ainda um poema escrito pela poeta-cientista.

As homenagens incluíram ainda o pesquisador norte-americano Gordon Cragg, voluntário especial do National Cancer Institute, dos Estados Unidos, instituição conhecida pela prospecção de produtos naturais.

Emocionada, Bolzani agradeceu as falas lembrando da infância modesta na Paraíba, do pai mecânico e fã de pescaria que ressaltava a importância da educação e seu comprometimento para que as filhas fossem “letradas”.

A professora rememorou ainda quando conseguiu a primeira bolsa da FAPESP, que permitiu que ela pudesse ficar em São Paulo e fazer o mestrado no Instituto de Química da USP, sob orientação do professor Otto Gottlieb, um pioneiro na química de produtos naturais.

“Obrigado por me fazerem sonhar aos 73 anos”, disse a professora, antes de declamar um poema de sua autoria.

O evento está disponível no link: https://youtu.be/Hbj7GiAVLgY.

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