Estudo foi conduzido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP. Resultados foram divulgados na revista Energies (foto: Jan Baars/Pixabay )

Artigo aponta soluções para reduzir a emissão de CO2 e o consumo de combustível no transporte marítimo
07 de junho de 2022

Estudo foi conduzido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP. Resultados foram divulgados na revista Energies

Artigo aponta soluções para reduzir a emissão de CO2 e o consumo de combustível no transporte marítimo

Estudo foi conduzido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP. Resultados foram divulgados na revista Energies

07 de junho de 2022

Estudo foi conduzido no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP. Resultados foram divulgados na revista Energies (foto: Jan Baars/Pixabay )

 

Agência FAPESP* – Os navios são hoje a oitava maior fonte de emissão de dióxido de carbono (CO2) no mundo e a meta para 2050 proposta pela Organização Marítima Internacional é reduzir essas emissões em pelo menos 50% em relação a 2008. De olho nessa questão, uma pesquisa conduzida na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) buscou alternativas para melhorar a eficiência energética de embarcações da indústria de petróleo e gás. Uma delas conseguiu uma redução em torno de 10% tanto de CO2 como de combustível.

Conduzido no âmbito do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), o estudo foi publicado na revista científica Energies.

O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Poli-USP.

“O esquema proposto considera a adaptação do navio. Os geradores principais, originais da embarcação, são mantidos. Mas lançamos mão de fontes complementares de energia: geradores auxiliares, baterias e célula a combustível”, explica o engenheiro eletricista Giovani Giulio Tristão Thibes Vieira, primeiro autor do artigo.

“O principal objetivo do trabalho foi analisar a configuração ideal do sistema de energia de um navio, levando em conta o uso de três tipos de baterias e células a combustível com tanques de hidrogênio de diferentes tamanhos. Em busca dessas respostas, estudamos todas as possibilidades de combinação entre elas”, comenta Vieira.

O melhor resultado apresentado foi a combinação que reúne geradores principais e auxiliares, uma bateria de lítio, óxido, níquel, manganês e cobalto com capacidade de 3.119 quilowatts-hora (kWh), além de uma unidade de célula a combustível do tipo membrana de troca de prótons (PEMFC) e tanque com capacidade de armazenar 581 quilos de hidrogênio.

Na célula a combustível, o hidrogênio reage com o oxigênio que vem do ambiente. O processo resulta em corrente elétrica, que alimenta a embarcação e deixa como resíduo apenas calor e água pura. “Essa combinação proporcionou o resultado mais significativo que obtivemos na pesquisa: reduziu as emissões de CO2 em 10,69%”, comemora Vieira. “Além disso, a diminuição das emissões também representa uma redução da mesma ordem no consumo de combustível.”

O estudo foi realizado por meio do software Homer, com foco na análise da performance de um navio de abastecimento de plataforma. Trata-se de um tipo de embarcação utilizado como apoio às plataformas de petróleo e gás instaladas em alto-mar. No caso, essas embarcações também costumam transportar mercadorias e equipamentos para alto-mar.

Solução de curto prazo

Uma solução de curto prazo para que os navios se adaptem ao cenário de baixo carbono é lançar mão do “retrofit” (termo que se refere ao processo de modernização de equipamentos considerados ultrapassados ou fora de norma). De acordo com o pesquisador, já existem empresas no mundo que produzem um tipo de contêiner que abriga packs de bateria com seu sistema de gerenciamento e proteção, além de conversores.

“Além disso, esse contêiner tem sua temperatura interna controlada. É uma solução pronta para ser instalada nos navios”, constata Vieira. Ainda segundo o engenheiro, pesquisas apontam que 50% dos navios em atividade hoje no mundo vão continuar operando até 2030. “Nós, pesquisadores, precisamos pensar em soluções de curto prazo para que essas embarcações se adaptem a uma nova realidade e reduzam as emissões de CO2. Esse estudo ilumina algumas possibilidades”, diz.

O artigo Optimized Configuration of Diesel Engine-Fuel Cell-Battery Hybrid Power Systems in a Platform Supply Vessel to Reduce CO2 Emissions pode ser lido em: www.mdpi.com/1996-1073/15/6/2184.

* Com informações da Assessoria de Comunicação do RCGI.
 

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