Grupo internacional mapeou estudos sobre o tema publicados entre 1990 e 2019 e constatou que a maioria analisa o conjunto de microrganismos dentro de um único ecossistema ou disciplina. Autores defendem a transição para uma abordagem mais sistêmica (foto: Pixabay)

Pesquisas sobre microbiomas devem considerar diferentes ecossistemas de modo multidisciplinar, diz artigo
13 de outubro de 2021

Grupo internacional mapeou estudos sobre o tema publicados entre 1990 e 2019 e constatou que a maioria analisa o conjunto de microrganismos dentro de um único ecossistema ou disciplina. Autores defendem a transição para uma abordagem mais sistêmica

Pesquisas sobre microbiomas devem considerar diferentes ecossistemas de modo multidisciplinar, diz artigo

Grupo internacional mapeou estudos sobre o tema publicados entre 1990 e 2019 e constatou que a maioria analisa o conjunto de microrganismos dentro de um único ecossistema ou disciplina. Autores defendem a transição para uma abordagem mais sistêmica

13 de outubro de 2021

Grupo internacional mapeou estudos sobre o tema publicados entre 1990 e 2019 e constatou que a maioria analisa o conjunto de microrganismos dentro de um único ecossistema ou disciplina. Autores defendem a transição para uma abordagem mais sistêmica (foto: Pixabay)

 

Agência FAPESP* – Em artigo de revisão publicado na revista Current Opinion in Biotechnology, um grupo internacional de pesquisadores defende que as pesquisas sobre microbiomas devem adotar uma abordagem mais sistêmica, que leve em consideração o impacto dos microrganismos em diferentes ecossistemas.

Segundo os autores, os microbiomas geralmente são estudados dentro de um único ecossistema ou de uma disciplina científica. No entanto, exemplificam, o conjunto de microrganismos do solo pode afetar o microbioma das plantas, que por sua vez pode impactar a microbiota intestinal humana por meio da alimentação. Essa interconectividade cria potenciais riscos que devem ser investigados mais profundamente pela ciência, considerando a emergência de novas tecnologias baseadas em microbiomas.

Entre os que assinam o texto está o brasileiro Rafael Soares Correa de Souza, integrante do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) – um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O grupo coordenado por Hauke Smidt, da Universidade de Wageningen (Países Baixos), mapeou as publicações feitas na área nas últimas décadas. São cerca de 80 mil trabalhos sobre microbioma divulgados entre 1990 e 2019, dos quais 13.500 são apenas de 2019. Menos de 0,01% do total de estudos, entretanto, adota uma perspectiva que considere como premissa o aspecto sistêmico do microbioma e seu impacto em diversos ecossistemas.

Os resultados apontam para a necessidade de maior interdisciplinaridade na pesquisa sobre o tema, que pode resultar em aplicações em áreas como saúde, alimentos, indústria e ambiente. Segundo o artigo, soluções baseadas em microbioma têm potencial para aumentar a sustentabilidade, mas para isso a pesquisa na área precisa fazer a transição para uma abordagem de sistemas. E os projetos devem olhar para os problemas de forma global e multidisciplinar.

O artigo Calling for a systems approach in microbiome research and innovation pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S095816692100149X?via%3Dihub#!.

*Com informações do GCCRC-Unicamp.
 

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