Em simpósio internacional, os presidentes da FAPESP e da instituição de ensino francesa destacam a importância da colaboração acadêmica e científica entre os dois países e anunciam novo acordo para reforçar a parceria (Marco Antonio Zago e Christine Clerici; foto: Heitor Shimizu / Agência FAPESP)
Em simpósio internacional, os presidentes da FAPESP e da instituição de ensino francesa destacam a importância da colaboração acadêmica e científica entre os dois países e anunciam novo acordo para reforçar a parceria
Em simpósio internacional, os presidentes da FAPESP e da instituição de ensino francesa destacam a importância da colaboração acadêmica e científica entre os dois países e anunciam novo acordo para reforçar a parceria
Em simpósio internacional, os presidentes da FAPESP e da instituição de ensino francesa destacam a importância da colaboração acadêmica e científica entre os dois países e anunciam novo acordo para reforçar a parceria (Marco Antonio Zago e Christine Clerici; foto: Heitor Shimizu / Agência FAPESP)
Heitor Shimizu, de Paris | Agência FAPESP – Brasil e França mantêm uma longa relação nos campos acadêmico e científico, que remonta à própria origem de instituições como a Universidade de São Paulo (USP) na década de 1930 e que deverá se fortalecer ainda mais no futuro.
O destaque foi feito por dirigentes da FAPESP e da Université de Paris na abertura da segunda etapa do simpósio FAPESP Week France, realizada nesta segunda-feira (25/11), em Paris. O evento, que acontece até 27 de novembro na capital francesa, dá sequência a dois dias de apresentações e debates ocorridos em Lyon.
“O Brasil é um parceiro-chave para as instituições francesas. A cooperação científica e acadêmica entre instituições de ensino superior e de pesquisa da França e do Brasil é caracterizada por uma história robusta e duradoura, que certamente servirá de base para uma parceria longa e forte no futuro”, disse Christine Clerici, presidente da Université de Paris.
Um exemplo desse fortalecimento ocorrerá nas próximas semanas, com a assinatura de um acordo de cooperação entre a Université de Paris e a FAPESP.
“Decidimos, aqui na FAPESP Week France, assinar um acordo de cooperação com a Université de Paris que possibilitará a pesquisadores do Estado de São Paulo – de qualquer universidade, pública ou privada – realizar trabalhos conjuntos em colaboração com cientistas da Université de Paris”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.
Clerici ressaltou que, em termos de produção de artigos científicos, a França é o principal parceiro do Brasil após os Estados Unidos. “Nossa história de cooperação teve início em 1971, logo após a criação das universidades de Paris Diderot e Descartes”, disse.
“Foi por conta dessa relação longa, duradoura e frutífera com o Brasil que decidimos organizar com a FAPESP esse evento e estamos muito felizes de poder receber colegas do Estado de São Paulo para reforçar e estimular parcerias com nossos pesquisadores”, disse Clerici.
Presente na abertura do evento, Pedro Saldanha, ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil na França, mencionou alguns exemplos da cooperação entre os países, como o programa do supercomputador Santos Dumont – produzido pela empresa francesa Atos/Bull e instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) – e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que inclui transferência de tecnologia para a fabricação de embarcações militares.
“Colaboramos em muitas áreas e a França é um dos principais destinos de estudantes brasileiros do ensino superior, com mais de 5 mil alunos em instituições francesas. Isso ilustra um enorme potencial de colaboração”, disse Saldanha.
Université de Paris
Com o objetivo de “transformar o cenário da educação superior” na capital francesa, a Université de Paris foi criada por decreto oficial em março de 2019, a partir da fusão das universidades Paris Descartes e Paris Diderot e da incorporação do Institut de Physique du Globe de Paris. As universidades manterão seus nomes até dezembro, quando termina o período de transição, e deixarão de existir em janeiro, sendo substituídas pela nova Université de Paris.
Clerici, presidente da Université Paris Diderot (Paris 7) desde 2014, foi escolhida para ser a primeira presidente da nova Université de Paris.
“A nova Université de Paris é uma universidade pública com três faculdades principais – de Saúde, de Ciências e a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais –, mais o Institut de Physique du Globe de Paris”, disse Gilles Guiheux, vice-presidente de Pesquisa da Université Paris Diderot.
Guiheux explicou que a fusão resultará em una instituição com 61 mil estudantes, 4,5 mil professores e pesquisadores, outros 3 mil funcionários, 22 escolas de pós-graduação, 142 laboratórios e 52 laboratórios internacionais associados. Logo de início, a Université de Paris será responsável por 10% dos artigos científicos publicados na França e 8% dos diplomas de doutorado do país.
“A nova Université de Paris estará fortemente conectada com a cidade de Paris e um dos motivos por trás da criação da nova universidade é reduzir a grande fragmentação da Universidade de Paris”, disse Guiheux.
Uma das mais antigas instituições de ensino superior do mundo, a Universidade de Paris, conhecida como Sorbonne – originalmente nome de um edifício no Quartier Latin –, iniciou suas atividades na segunda metade do século 12. Por suas instalações passaram nomes como João Calvino (1509-1564), Tomás de Aquino (1225-1274), Denis Diderot (1713-1784), Voltaire (1694-1778) e Honoré de Balzac (1799-1850), além de 50 prêmios Nobel.
Em 1970, depois dos protestos de maio de 1968 que resultaram no fechamento da Sorbonne, a instituição foi reorganizada em 13 universidades autônomas, da Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne à Université Paris 13 Nord.
“Por curiosidade, o nome Université de Paris não estava sendo usado e, a partir de janeiro, definirá a nossa nova universidade”, disse Guiheux.
Hub internacional em pesquisa
“A estratégia da FAPESP de colaboração internacional tem a missão de fazer do Estado de São Paulo um hub internacional em pesquisa”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente da FAPESP, em apresentação feita na FAPESP Week France logo após a abertura do evento em Paris.
“O apoio oferecido pela FAPESP a essa cooperação tem duas vias: permite o envio de cientistas do Estado de São Paulo ao exterior e também torna possível a vinda de pesquisadores de outros países a universidades e institutos de ciência e tecnologia em São Paulo”, disse Pacheco.
O diretor-presidente destacou que a estratégia vai além do simples intercâmbio de cientistas. “Nossa ideia é apoiar projetos de pesquisa completos, com duração de vários anos, a partir de propostas complexas e competitivas internacionalmente e que sejam conduzidos com participações iguais de cada lado”, disse.
Pacheco ressaltou que as colaborações internacionais são muito importantes para o desenvolvimento da pesquisa no Estado de São Paulo e que, por conta disso, a FAPESP mantém acordos de cooperação com cerca de 180 organizações em dezenas de países.
Em 2018, como parte desses acordos, foram lançadas 37 chamadas de propostas pela FAPESP em parceria com 27 instituições no exterior. No mesmo ano, a FAPESP assinou 28 novos acordos com instituições em outros países.
O simpósio FAPESP Week France acontece entre os dias 21 e 27 de novembro, graças a uma parceria entre a FAPESP e as universidades de Lyon e de Paris, ambas da França. Leia outras notícias sobre o evento em www.fapesp.br/week2019/france.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.