Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 15 de abril para se candidatar ao evento no IAG-USP com apoio da FAPESP (foto: Robin Dienel/Carnegie Institution for Science)

Escola de Ciência Avançada sobre Primeira Luz recebe inscrições
27 de fevereiro de 2019
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Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 15 de abril para se candidatar ao evento no IAG-USP com apoio da FAPESP

Escola de Ciência Avançada sobre Primeira Luz recebe inscrições

Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 15 de abril para se candidatar ao evento no IAG-USP com apoio da FAPESP

27 de fevereiro de 2019
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Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 15 de abril para se candidatar ao evento no IAG-USP com apoio da FAPESP (foto: Robin Dienel/Carnegie Institution for Science)

 

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – Estão abertas, até 15 de abril de 2019, as inscrições para a Escola São Paulo de Ciência Avançada sobre Primeira Luz: estrelas, galáxias e buracos negros na época da reionização, que será realizada de 28 de julho a 7 de agosto no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), em São Paulo.

O evento conta com apoio da FAPESP por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA). São oferecidas 100 vagas para alunos de pós-graduação e jovens pesquisadores, sendo 50 para brasileiros e 50 para estrangeiros. Para manutenção dos estudantes selecionados que venham de outras cidades, estados e países, os benefícios são passagens aéreas e diárias na cidade que sediará a Escola.

A Escola tem como objetivo abordar os processos e os eventos que teriam ocorrido na fase inicial do Universo (menos de 1 bilhão de anos) e introduzir a futura geração de jovens astrônomos nos desenvolvimentos teóricos e observacionais da astrofísica da época da reionização (EoR) – como é conhecido o período seguinte ao Big Bang, quando surgiram as primeiras estrelas e galáxias.

“É um tópico quentíssimo na astrofísica e que está começando a ser estudado agora. Isso porque os telescópios e detectores de hoje não são apropriados para detectar a luz das primeiras estrelas formadas no Universo. A luz delas é absorvida pelo gás que as rodeia, que é um gás neutro e, portanto, não conseguimos detectá-las com equipamentos ópticos”, disse Laerte Sodré Jr., professor do IAG e coordenador da ESPCA sobre Primeira Luz.

Sodré Jr. explica que o estudo das primeiras estrelas e galáxias deverá ser feito utilizando ondas de rádio (radiação de 21 centímetros). “Essa radiação é a mais comum no Universo. Portanto, o desafio não é detectá-la, e sim separar o joio do trigo. Há muita interferência, muita emissão nessa região espectral”, disse.

“O esforço hoje em dia está em desenvolver equipamentos e técnicas que permitam detectar as primeiras estrelas ou separar a grande contaminação, que sabemos que existe, do sinal que imaginamos também existir”, disse.

A Escola terá oito minicursos sobre desenvolvimentos teóricos e observacionais da astrofísica da época da reionização. O fenômeno é assim chamado porque, no começo do Universo, cerca de 400 milhões de anos após o Big Bang, a matéria ficou neutra e, mais tarde, começou a se reionizar devido à ação das primeiras estrelas.

A detecção por meios ópticos das primeiras estrelas e galáxias só se tornou possível a partir do final da época da reionização, quando a luz dos primeiros objetos pôde viajar mais livremente. Na Escola, algumas palestras terão como objetivo demonstrar como as técnicas usadas atualmente podem ser aplicadas nos estudos das primeiras galáxias.

Os minicursos serão ministrados por professores e pesquisadores de diversos países e abordarão assuntos como a formação das primeiras estrelas, galáxias e buracos negros e seus descendentes atuais, como a Via Láctea e outras galáxias.

Haverá também palestras sobre novos instrumentos, levantamentos e técnicas de modelagem relevantes para a pesquisa sobre a época da reionização. Entre os temas estão o que há de mais moderno em telescópios e técnicas de observação, como o James Web Space Telescope (substituto do Hubble), o Subaru Prime Focus Spectrograph e o Telescópio Gigante de Magalhães (GMT) – que está sendo construído no deserto do Atacama (Chile) e funciona por meio de um consórcio internacional cujo parceiro brasileiro é a FAPESP.

"Não conseguimos acessar a primeira luz por meios ópticos. Porém, fenômenos físicos que afetam essas ondas de rádio são os mesmos que conhecemos hoje e que podem ser estudados por aparelhos ópticos. De qualquer modo, radiotelescópios do futuro permitirão detectar as primeiras estrelas e galáxias, enquanto a próxima geração de instrumentos ópticos permitirá estudar em detalhes o final da era da reionização", disse Sodré Jr.

Inscrições e mais informações: www.firstlight.iag.usp.br.
 

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