Sistema roda modelos com base em diversas fontes, incluindo agências de pesquisa como a NOAA e o Programa Europeu de Observação da Terra, além de empresas de meteorologia (foto: Porto de Santos / Claus Bunk / Wikimedia Commons)

Inteligência artificial na gestão de operações marítimas
06 de fevereiro de 2019
EN ES

Sistema roda modelos com base em diversas fontes, incluindo agências de pesquisa como a NOAA e o Programa Europeu de Observação da Terra, além de empresas de meteorologia

Inteligência artificial na gestão de operações marítimas

Sistema roda modelos com base em diversas fontes, incluindo agências de pesquisa como a NOAA e o Programa Europeu de Observação da Terra, além de empresas de meteorologia

06 de fevereiro de 2019
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Sistema roda modelos com base em diversas fontes, incluindo agências de pesquisa como a NOAA e o Programa Europeu de Observação da Terra, além de empresas de meteorologia (foto: Porto de Santos / Claus Bunk / Wikimedia Commons)

 

Suzel Tunes  |  Pesquisa para Inovação – A SIAA – Soluções Integradas em Ambientes Aquáticos – foi criada em 2014 pelo oceanógrafo Felipe Murai Chagas para prestar serviços na área de consultoria. Um ano depois, a empresa submeteu, com sucesso, proposta à fase 1 do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP para testar a viabilidade de projeto de desenvolvimento de um sistema computacional de monitoramento e previsão ambiental em áreas marítimas, utilizando modelos numéricos e inteligência artificial.

Entre 2016 e 2018, a SIAA também contou com o apoio do Programa PIPE-PAPPE Subvenção – constituído por meio de acordo entre a FAPESP e a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) – para levar o protótipo ao mercado. “Desenvolvemos o MPV [produto mínimo viável] e, atualmente, estamos realizando a implantação para clientes selecionados, visando a customização do sistema para demandas específicas”, diz o fundador da empresa.

O Sistema Integrado de Previsão e Segurança (SIPS) é um módulo do sistema que permite, por exemplo, fazer a previsão das condições de aproximação e amarração dos navios no porto por meio da análise das “forçantes ambientais” – que inclui ondas, marés, ventos, correntes e ressacas.

O objetivo é tornar o setor marítimo brasileiro mais seguro e eficiente. “O SIPS fornece alertas específicos para operações marítimas, podendo ser utilizado para gestão de entrada e saída de embarcações, riscos de inundação em área costeira, agitação por ondas e ventos em marinas, dentre outros.”

A ferramenta fornece resultados numa interface web, on-line 24 horas por dia, permitindo ao cliente incorporar esses alertas para manejar operações diárias, aumentar a eficiência, rentabilidade, segurança e padronizar as operações, explica Chagas. “Muitos navios, que poderiam estar atracados, aumentando a eficiência do porto, não o fazem porque os modelos utilizados não dão segurança para um planejamento adequado”, diz ele.

Segundo o oceanógrafo, atualmente a maioria dos gestores orienta a entrada de embarcações com base em sua própria experiência e em previsões meteorológicas para grandes extensões de área, o que resulta em menor precisão.

Para obter dados locais, a SIAA roda modelos com base em diversas fontes, incluindo agências de pesquisa internacionais como a NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration), dos Estados Unidos, o Copernicus (Programa Europeu de Observação da Terra), além de empresas de meteorologia. “Conectamos negócios, pessoas e previsão e, para isso, precisamos combinar dados mundialmente estabelecidos com tecnologias locais”, diz Chagas.

O sistema desenvolvido pela SIAA pode ser utilizado tanto por terminais portuários, quanto por empresas de navegação, marinas e, até mesmo, pela Defesa Civil de municípios costeiros. Conforme o uso a que se destina, a ferramenta pode agregar diferentes funcionalidades. “O sistema pode, por exemplo, fazer o cálculo da movimentação de navios sob diferentes condições ambientais, avaliando o risco de a embarcação adernar ou tocar o fundo do mar”, exemplifica o pesquisador. A criação de um banco de dados específico para cada cliente permite a customização da ferramenta.

A tecnologia será oferecida como serviço, com a cobrança de uma mensalidade. Chagas aposta no aumento da eficiência para atrair seus clientes. “As operações marítimas em geral são caras e movimentam bilhões de reais anualmente. Com maior produtividade, um ano de utilização do serviço pode equivaler ao pagamento de um mês”, calcula.

Outro argumento para a venda é a possibilidade de utilização do sistema para a comprovação de requisitos de segurança, necessários à conquista de certificações ambientais portuárias que melhoram a imagem dos portos no mercado externo, atraindo mais negócios. “Cada certificado tem suas próprias exigências, mas todos atestam que um porto ou instalação náutica preocupa-se com o meio ambiente em relação à poluição, emissões de gases, derrames de óleo etc.”

Segundo o oceanógrafo, o sistema contribui principalmente para a redução do risco de acidentes próximos à costa. “Um acidente, principalmente no setor de óleo e gás, pode causar impactos severos para o meio ambiente, caso haja derramamentos. São prejudicados os organismos marinhos, as comunidades pesqueiras e tradicionais que tiram o sustento do mar, além do risco à vida dos trabalhadores. Com a adoção do sistema, o risco de acidentes pode ser consideravelmente reduzido, já que antecipa informações de eventos extremos que trazem insegurança às atividades costeiras.”

Leia a notícia completa em: http://pesquisaparainovacao.fapesp.br/inteligencia_artificial_na_gestao_de_operacoes_maritimas/917.

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