O Sistema de Monitoramento Biológico e Inspeção Subaquática poderá ser utilizado para monitorar espécies invasoras, como o mexilhão dourado

Vigia submerso
28 de julho de 2006

Pesquisadores paranaenses desenvolvem sistema de monitoramento biológico para captar imagens de organismos aquáticos com grande precisão de detalhes a até 300 metros de profundidade

Vigia submerso

Pesquisadores paranaenses desenvolvem sistema de monitoramento biológico para captar imagens de organismos aquáticos com grande precisão de detalhes a até 300 metros de profundidade

28 de julho de 2006

O Sistema de Monitoramento Biológico e Inspeção Subaquática poderá ser utilizado para monitorar espécies invasoras, como o mexilhão dourado

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Para conhecer a diversidade de organismos aquáticos de um ecossistema, nada melhor do que vigiá-los 24 horas por dia. Pensando nisso, biólogos do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), em Curitiba, resolveram desenvolver um sistema de captação de imagens em profundidades de até 300 metros.

O monitoramento é realizado por uma câmera de vídeo inserida em uma caixa estanque. Por meio de cabos blindados e submersos, o equipamento é conectado a uma central em terra, na qual são separadas as imagens da região estudada. O Sistema de Monitoramento Biológico e Inspeção Subaquática, como foi intitulado, foi desenvolvido no Departamento de Recursos Ambientais do Lactec.

"As imagens são transmitidas em tempo real para um codificador que as transforma em arquivos digitais. O sistema é capaz de armazenar até 24 horas de imagens com grande precisão de detalhes", disse Ariel Scheffer da Silva, coordenador do projeto e pesquisador do Lactec, à Agência FAPESP.

Os primeiros testes ocorreram durante um campeonato de canoagem realizado em junho no Canal de Águas Bravas da Itaipu Binacional, no oeste do Paraná. A idéia era acompanhar de perto o comportamento dos peixes no Parque da Piracema e verificar se a prática esportiva afetava a migração das espécies.

"Além de verificar que os peixes não sofreram impacto significativo durante o evento, conseguimos identificar as famílias dos animais, incluindo uma espécie de caranguejo que nunca havia sido vista na região", disse Silva. O sistema abre a possibilidade para a identificação de novos organismos, tanto na água doce como na salgada.

A fase atual do projeto é o desenvolvimento de um software de monitoramento ambiental específico para o sistema. O objetivo é permitir que as análises sejam feitas automaticamente.

"Com base nas fotos-padrão das populações de peixes de um determinado ecossistema, o software poderá congelar e classificar imagens para formar um amplo banco de dados sobre a diversidade de famílias e espécies", disse Silva.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.