Vidas extremas
10 de janeiro de 2005

Bactérias que sobrevivem em condições ambientais nunca antes registradas na Terra são descobertas no fundo do Mediterrâneo. Os microrganismos habitam um ambiente saturado com cloreto de magnésio

Vidas extremas

Bactérias que sobrevivem em condições ambientais nunca antes registradas na Terra são descobertas no fundo do Mediterrâneo. Os microrganismos habitam um ambiente saturado com cloreto de magnésio

10 de janeiro de 2005

 

Agência FAPESP - No mar Morto e na Antártica já foram encontradas comunidades de microrganismos vivendo em águas com altas concentrações de cloreto de magnésio, na ordem de 2 molar. O que ninguém esperava é que no mar Mediterrâneo existisse um outro grupo habitando águas com concentrações bem maiores, ao redor de 5 molar.

A descoberta, apresentada na edição de 6 de janeiro da revista Nature, reforça ainda mais a tese de que a vida teria surgido na Terra em regiões com altas concentrações de sal. No caso do Mediterrâneo, os grandes depósitos salgados se formaram quando o mar secou há cerca de seis milhões de anos.

Nas quatro regiões investigadas pelos cientistas, no oeste do Mediterrâneo, a base hipersalina nomeada de Discovery foi a que mais chamou a atenção dos pesquisadores. Além de essa área ter as maiores concentrações de cloreto de magnésio já encontradas no planeta, a comunidade microbiológica lá encontrada estava metabolicamente ativa.

Nas demais áreas, segundo o estudo liderado por Paul van der Wielen, ecólogo da Universidade de Groningen, na Holanda, foram encontrados em abundância representantes da ordem Euryarchaeota. A diversidade dos procariotos também foi considerada alta, devido às condições ambientais do local.

Para os autores do estudo, a descoberta feita no fundo do mar tem mais uma implicação importante. Se os metabolismos desses microrganismos funcionam em condições tão extremas aqui na Terra, por que o mesmo não poderia estar ocorrendo em outros planetas?


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