Estudo afirma que a vida dos neandertais não diferia muito da dos esquimós há 2,5 mil anos (ilust.: AMNH)

Vida dura – mas nem tanto
14 de setembro de 2004

Antropológos costumam caracterizar como extremamente difícil a vida dos neandertais, que desapareceram há 30 mil anos, mas novo estudo afirma que as condições não diferiam muito da presente no cotidiano dos esquimós há 2,5 mil anos

Vida dura – mas nem tanto

Antropológos costumam caracterizar como extremamente difícil a vida dos neandertais, que desapareceram há 30 mil anos, mas novo estudo afirma que as condições não diferiam muito da presente no cotidiano dos esquimós há 2,5 mil anos

14 de setembro de 2004

Estudo afirma que a vida dos neandertais não diferia muito da dos esquimós há 2,5 mil anos (ilust.: AMNH)

 

Agência FAPESP - Muitos antropológos costumam caracterizar a vida dos neandertais – linhagem do gênero Homo que por razões desconhecidas desapareceram da face da Terra há 30 mil anos – como extremamente difícil. A árdua tarefa de sobreviver seria pior para os grupos que habitavam a Europa durante a última era glacial.

Mas resultados obtidos por um estudo feito na Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, acabam de colocar um ponto de interrogação sobre as afirmações antropológicas feitas em relação aos neandertais. Segundo a pesquisa, a vida da extinta linha do gênero Homo, que teria surgido há 200 mil anos, não era tão complicada assim.

Pelo estudo comparativo feito pela antropóloga Debbie Guatelli-Steinberg, que investigou o padrão de alguns dentes de esquimós e de neandertais, pelo menos no item alimentação a vida dos dois grupos era bastante parecida. Isso, claro, sem considerar o fato de que o esquimós tinham acesso a tecnologias mais sofisticadas do que as dos neandertais.

O grupo de pesquisadores estudou fósseis de neandertais, de aproximadamente 40 mil anos, e de esquimós, de 2,5 mil anos. A comparação entre os dois grupos se justifica porque as condições de vida dos esquimós, do ponto de vista ambiental, eram bastante semelhantes às encontradas por grupos de neandertais que habitavam o norte da Europa. Os exames microscópios dos sulcos e das marcas deixadas por hiplosasias dentárias é que permitiram a conclusão dos pesquisadores norte-americanos.

"As evidências analisadas são claras. Do ponto de vista nutricional, os neandertais não tiveram problemas maiores que os encontrados pelos esquimós", afirmou a pesquisadora, que publicou suas pesquisas no Journal of Human Evolution.


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