Estudo mostra que em latitudes temperadas a água que derrete na superfície da neve se inflitra por rachaduras e não por conduítes tubulares (foto: Un. Upsala)

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16 de fevereiro de 2005

Estudo mostra que em latitudes temperadas a água que derrete na superfície da neve se inflitra por rachaduras e não por conduítes tubulares. A descoberta é importante para entender como ocorrem os rompimentos catastróficos das plataformas de gelo

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Estudo mostra que em latitudes temperadas a água que derrete na superfície da neve se inflitra por rachaduras e não por conduítes tubulares. A descoberta é importante para entender como ocorrem os rompimentos catastróficos das plataformas de gelo

16 de fevereiro de 2005

Estudo mostra que em latitudes temperadas a água que derrete na superfície da neve se inflitra por rachaduras e não por conduítes tubulares (foto: Un. Upsala)

 

Agência FAPESP - A observação do pequeno glaciar Storglaciären, na Suécia, que tem apenas 3 quilômetros quadrados de superfície, trouxe revelações importantes para um grupo de pesquisadores europeus e norte-americanos. Ao contrário do que se imaginava, a água que derrete na superfície da neve e se infiltra em direção ao solo não flui por meio de estruturas tubulares.

Depois de várias experiências em diferentes pontos do glaciar sueco – além de água quente, câmeras imersas na estrutura gelada também foram importantes na pesquisa –, os cientistas descobriram que a água do degelo flui por meio de fendas que se abrem em todo o glaciar. Essa descoberta até certo ponto prosaica é muito importante, segundo os glaciólogos que publicaram os resultados na Nature.

Como a água funciona como um lubrificante entre a neve compactada e o fundo rochoso, esse fenômeno está diretamente relacionado com a velocidade de deslocamento de um glaciar. Em algumas partes do mundo, como na patagônia argentina, um glaciar pode se movimentar até alguns centímetros por dia.

O grupo de pesquisadores conseguiu identificar nos 48 pontos de análise uma grande rede de fendas que se espalha por diversas partes do glaciar. No caso do Storglaciären, a altura máxima da plataforma de gelo é 250 metros.

As diversas fraturas conectadas entre si podem ser vistas inclusive por imagens de satélite. A hipótese anterior, de que a água se deslocava por meio de tubos circulares, nunca esteve embasada em um conjunto de evidências cientifícas sólidas. A descoberta, segundo os autores do estudo, também pode ser importante para o estudo dos colapsos catastróficos de grandes blocos de gelo.

O artigo Fractures as the main pathways of water flow in temperatec glaciers, de A. Fountain, da Universidade de Portland, R. Jacobel, da Cleveland High School, R. Schlichting, do St. Olaf College, e P. Jansson, da Universidade de Estocolmo, pode ser lido no site da Nature, em www.nature.com.


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