Jean-Patrick Connerade, da Euroscience, apontou os caminhos percorridos pela União Européia para continuar competitiva em ciência e tecnologia (foto: E. Geraque)
Em conferência na 57ª Reunião Anual da SBPC, em Fortaleza, Jean-Patrick Connerade, da Euroscience, aponta os caminhos percorridos pela União Européia para continuar competitiva em ciência e tecnologia
Em conferência na 57ª Reunião Anual da SBPC, em Fortaleza, Jean-Patrick Connerade, da Euroscience, aponta os caminhos percorridos pela União Européia para continuar competitiva em ciência e tecnologia
Jean-Patrick Connerade, da Euroscience, apontou os caminhos percorridos pela União Européia para continuar competitiva em ciência e tecnologia (foto: E. Geraque)
Agência FAPESP - Obter mais recursos para a pesquisa básica. Evitar a fuga de cérebros. Remunerar melhor os pesquisadores. Esses três exemplos de problemas freqüentes foram apresentados na terça-feira (19/7), na Universidade Estadual do Ceará.
Foram citados não como exemplos para o Brasil, mas para os países que formam a Comunidade Européia. O representante da Euroscience, o físico britânico Jean-Patrick Connerade, mostrou em conferência 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Fortaleza, o que os europeus estão fazendo para continuar com um sistema de ciência e tecnologia forte.
"Um dos pontos importantes é tornar a Europa atrativa para os jovens pesquisadores. Mas, ao mesmo tempo, temos que fazer com que os pesquisadores estrangeiros mantenham relações com seus países de origem. É fundamental que se tenha em mente que o cientista é o principal vetor da inovação e ele vai levar isso para o lugar em que for", disse.
A fuga de cérebros também é uma realidade na Europa. Segundo Connerade, 400 mil cientistas europeus trabalham hoje nos Estados Unidos. "Indiretamente, estamos financiando a ciência dos norte-americanos", brincou. Segundo o físico, algumas medidas estão sendo tomadas pela Euroscience (uma espécie de SBPC da Comunidade Européia) para que o continente esteja na liderança do conhecimento científico básico em 2010.
Uma das ações, explicou, é a criação de uma espécie de código de recrutamento para pesquisadores, sejam eles europeus ou não. "É fundamental que exista transparência em todos os processos de seleção", afirmou. Além disso, também está sendo feito um quadro de direitos e deveres para pesquisadores e empregadores, da iniciativa privada ou pública.
"Em que consiste o trabalho? O que a sociedade espera deles? São algumas informações que precisam ficar bem claras desde o início", argumentou. Em termos financeiros, a meta – que não será muito fácil de ser cumprida, admite o próprio Connerade – é investir 3% do PIB europeu em C&T. "Desse total 2% deverão vir, em tese, das indústrias."
Toda a movimentação nas questões sobre governança que estão ocorrendo na Europa deixa clara uma tendência que também se aplica ao Brasil: a ciência e a tecnologia fazem parte, cada vez mais, do dia-a-dia das sociedades.
"Nesse fortalecimento do conceito de cidadania, questões como a da divulgação científica, ou seja, a interação com a sociedade acabam sendo também fundamentais", disse Carlos Vogt, presidente da FAPESP, que foi o apresentador da conferência Modelos europeus de governança de ciência e tecnologia, proferida por Connerade.
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