Visão aérea do campus da USP, em São Carlos (foto: USP)

Vegetação escassa em São Carlos
03 de fevereiro de 2004

Pesquisadores investigam o quanto resta de cobertura vegetal original no município paulista. Baseado em imagens de satélite e observações de campo, encontraram resultados trágicos: restam apenas 7,61% das formações originais. A floresta semidecídua, por exemplo, praticamente desapareceu

Vegetação escassa em São Carlos

Pesquisadores investigam o quanto resta de cobertura vegetal original no município paulista. Baseado em imagens de satélite e observações de campo, encontraram resultados trágicos: restam apenas 7,61% das formações originais. A floresta semidecídua, por exemplo, praticamente desapareceu

03 de fevereiro de 2004

Visão aérea do campus da USP, em São Carlos (foto: USP)

 

Agência FAPESP - O balanço é absolutamente deficitário. Pesquisa realizada sobre a cobertura vegetal do município de São Carlos (SP), publicada no Brazilian Journal of Biology, revela que apenas 7,61% das matas originais da cidade ainda resistem.

Segundo o estudo liderado por João Juares Soares, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de São Carlos, o problema é maior em relação à floresta semidecídua (como a mata atlântica, por exemplo) e presença da Araucaria angustifolia, pinheiro símbolo oficial da cidade. Se antes essa formação vegetal recobria 2% do município de São Carlos, localizado no centro do Estado, os dados atualizados mostram que a taxa de ocupação agora é de 0%.

Na outra ponta da escala, a vegetação tipo cerradão é a que ainda pode ser vista com mais freqüência na paisagem. Se na origem do município havia 16% desse tipo de formação, agora restam 2,5%. O cerrado típico também sofreu uma importante redução, apontam os dados registrados pelos pesquisadores. Os 27% originais foram limitados a exatos 2%.

A avaliação, feita a partir de imagens de satélites e estudos de campo, também detectou o estado de cobertura vegetal da floresta semidecídua associada a matas ripárias, também conhecidas como de galeria ou ciliares. Os dados não foram diferentes das outras vegetações. A redução, nesse caso, foi de 55% para apenas 1%.

A utilização do solo para a agricultura e a pastagem foram os principais agentes desse processo de destruição da vegetação original de São Carlos. Por volta de 1860, a expansão do plantio do café atingiu em cheio a região central de São Paulo. Depois chegaram as culturas do algodão e das frutas cítricas, além do arroz, milho, feijão e tabaco.

No período mais recente, há aproximadamente três décadas, a cidade de São Carlos se tornou uma das principais produtoras de leite do Estado. Em vez do café, a cana-de-açúcar passou a ser bastante cultivada na região.

Para ler o texto do estudo O município de São Carlos, São Paulo, Brasil: vegetação original e situação atual, disponível em inglês na biblioteca virtual SciELO: clique aqui.


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